Introdução: As refeições escolares representam um desafio para a sustentabilidade ambiental e uma oportunidade para combater o desperdício alimentar, proporcionando benefícios de saúde.

Objetivos: Descrever e avaliar uma intervenção intermunicipal com metodologia de investigação participada de base comunitária no combate ao desperdício alimentar em contexto escolar.

Metodologia: Capacitaram-se alunos do ensino profissional em duas escolas públicas do ensino básico dos municípios de Sintra e de Figueira de Castelo Rodrigo para realizar sessões de educação alimentar a alunos do 1.º ciclo do ensino básico e participar na avaliação do desperdício alimentar no refeitório. Foi avaliado o desperdício alimentar das turmas do 1.º ciclo do ensino básico e realizada avaliação de processo.

Resultados: A intervenção intermunicipal Good Food, Good Loop envolveu 11 turmas do 1.º ciclo (187 alunos), 4 turmas do ensino profissional (35 alunos) e 22 professores. O desperdício de prato foi avaliado antes e após a intervenção, sem diferenças significativas (29,4% antes e 30,1% após). Foram realizadas três assembleias e elaborado um Manual de Atividades. A maioria dos alunos do 1.º ciclo (60,6%) e do ensino profissional (76,5%) percecionaram redução do seu desperdício alimentar, e todos os professores (100%) consideraram a intervenção importante, recomendando a sua implementação.

Conclusões: Identificou-se o desperdício de prato de aproximadamente 30% do almoço escolar. Reduzir o desperdício alimentar no refeitório escolar é essencial para a saúde populacional e ambiental. A cooperação intermunicipal, a colaboração entre alunos de diferentes idades e o envolvimento ativo da comunidade escolar revelam-se estratégias promissoras para o futuro.

Introdução: É reconhecido a nível mundial que o desperdício alimentar é um problema global, com elevado impacto económico, social e ambiental e, consequentemente, de grande importância para a sustentabilidade alimentar e do planeta. Sendo também este problema reconhecido pelas escolas, e sendo estas espaços por excelência de educação das nossas crianças e jovens, determinar de que forma o desperdício alimentar por eles gerado na refeição escolar pode ter impacto no seu futuro, é essencial para a consciencialização daqueles que são o futuro do país e do planeta.

Objetivos: Este estudo pretende estimar o impacto económico, social e ambiental do desperdício alimentar em 3 escolas do distrito de Viana do Castelo.

Metodologia: Foi avaliado o desperdício alimentar da refeição do almoço, através da quantificação do peso da refeição produzida, peso das sobras e peso dos restos, em 3 escolas, num total de 15 dias de avaliação, 5 dias seguidos ou interpolados em cada escola. Através deste, foi estimado o custo, a correspondente pegada de carbono e hídrica gerada, assim como o número de alunos que poderiam ser alimentados com este desperdício.

Resultados: Estimou-se que os 873 kg de desperdício alimentar gerado têm um custo diário de 140 euros, com os quais poderiam ser alimentados 93 alunos. Diariamente são desperdiçados, aproximadamente, 488 m3 de água e emitidos 198 kg de equivalentes de CO2.

Conclusões: O desperdício alimentar apurado nas 3 escolas em análise representa um grande impacto no seu orçamento anual, sendo extremamente elevado a nível ambiental. Urge determinar as suas causas e encontrar estratégias que permitam a sua redução, sem descurar a promoção de uma refeição escolar saudável e equilibrada do ponto de vista nutricional.

Introdução: O desperdício alimentar tem vindo a tornar-se uma prioridade política nos últimos anos devido ao seu impacto na economia, meio ambiente e estado nutricional e de saúde das populações. No contexto escolar, a avaliação do desperdício alimentar é fulcral, uma vez que pode refletir um consumo alimentar inadequado por parte das crianças, comprometendo a ingestão nutricional e desenvolvimento infantil saudável.

Objetivos: Avaliar e caraterizar o desperdício alimentar, sob a forma de sobras e restos, produzido nas refeições servidas ao almoço, durante três dias não consecutivos nos refeitórios de cinco escolas públicas do ensino básico pré-escolar e 1.º ciclo (EB1/JI), localizadas no Município de Faro.

Metodologia: Os alimentos produzidos e desperdiçados foram separados e pesados por componentes agregados. A amostra foi obtida através de uma seleção não probabilística e de conveniência. Estratificaram-se as escolas como rurais ou urbanas, tendo em conta a sua localização geográfica. O desperdício alimentar foi classificado de acordo com o resultado do Índice de Sobras e Índice de Restos, utilizando-se as classificações de Vaz (2006) e Aragão (2005), respetivamente.

Resultados: Verificou-se que o valor médio de desperdício alimentar total foi de 40,2% ± 7,3% e que os valores médios totais do Índice de Sobras e Índice de Restos excederam os limites aceitáveis (15,2% ± 7,3% e 25,0% ± 5,7%, respetivamente). Considerando os componentes, os hortícolas foram os mais desperdiçados em ambas as zonas (71,2% ± 31,6%, urbana; 98,7% ± 13,7%, rural). Observou-se que o consumo de hortícolas foi significativamente inferior nas escolas da zona rural quando comparado ao seu consumo nas escolas da zona urbana (1,3% ± 5,6% e 28,7% ± 31,2%, respetivamente; p = 0,039).

Conclusões: A necessidade de implementação de medidas corretivas com vista à redução do desperdício alimentar é urgente, através da formação profissional dos trabalhadores dos refeitórios escolares, da melhoria das ementas e da promoção do consumo alimentar das crianças, especialmente no que diz respeito aos alimentos do grupo dos hortícolas.

A perda e/ou desperdício de alimentos constitui um problema a nível mundial e tem sido uma das causas para o desequilíbrio do planeta e daqueles que nele habitam. Este artigo de revisão tem o intuito de avaliar a eficácia de algumas estratégias na redução do desperdício alimentar nas escolas. Sendo a escola o local onde os alunos fazem a maioria das suas refeições, torna-se o ambiente ideal para o desenvolvimento de projetos que consciencializem os alunos sobre condutas alimentares mais saudáveis e sustentáveis. De acordo com a revisão realizada, as estratégias do tipo participativo parecem ser das mais eficazes na mudança comportamental de crianças e adolescentes. No entanto, serão necessários mais estudos que avaliem a eficácia das intervenções a longo prazo e que tenham como objetivo principal a redução do desperdício alimentar.

 

Introdução: Na infância, a redução do consumo de sal e o aumento de potássio apresentam benefícios para a saúde. A redução do teor de sal nos alimentos pode diminuir a aceitabilidade do consumidor, implicando um aumento do desperdício alimentar. A minimização do desperdício alimentar deve ser uma prioridades das escolas, por se tratar de uma problemática atual, aliada à melhoria do perfil nutricional da oferta alimentar.

Objetivos: Analisar o teor de sódio e potássio da sopa antes e após uma intervenção de redução da quantidade de sal adicionada, num estabelecimento de ensino, e avaliar a sua relação com o desperdício alimentar .

metodologia: No estudo, foram incluídas as sopas servidas no refeitório às crianças, com idades entre os 3 e os 10 anos, nos dias em análise. Na Fase I, quantificou-se o teor de sódio e potássio da sopa e o seu desperdício alimentar durante 5 dias. Na Fase II, reduziu-se a quantidade de sal adicionada em 49%, avaliando-se, novamente, os parâmetros mencionados. A quantificação do teor de sódio e potássio foi realizada por espectrofotometria de emissão atómica e a do desperdício alimentar por pesagem agregada dos componentes do prato.

Resultados: A mediana do teor de sódio na sopa na Fase I foi de 154 ± 37 mg/100 g, diminuindo na Fase II para 96 ± 17 mg/100 g. A mediana do desperdício alimentar na Fase I foi de 8,6 ± 1,8% e diminuiu para 5,3 ± 0,8% na Fase II. Encontrou-se uma relação positiva moderada entre o teor de sódio e o desperdício alimentar (r=0,669; p < 0,001).

Conclusões: A quantidade de sal adicionada à sopa na Fase I foi superior às recomendações. A redução do teor de sal da sopa deverá ser uma prioridade das escolas, não sendo expectável que aumente o desperdício alimentar.

Introdução: O desperdício alimentar acarreta implicações éticas, económicas, ambientais e nutricionais, sobretudo a nível escolar. Uma unidade de alimentação coletiva deverá assegurar refeições seguras e adequadas nutricionalmente, podendo os benefícios da sua ingestão nem sempre serem garantidos se o desperdício alimentar se revelar elevado.

Objetivos: Quantificar o desperdício alimentar resultante de refeições servidas ao almoço em quatro unidades de restauração coletiva do ensino básico e secundário de um município português, com avaliação da eficácia de uma campanha de sensibilização.

Metodologia: O estudo foi dividido em três etapas. Na primeira etapa quantificou-se o desperdício alimentar; na segunda, realizou-se uma campanha de sensibilização em duas escolas e, na terceira etapa, fez-se uma nova quantificação do desperdício alimentar. Para o cálculo da sobra e resto, considerou-se o método físico de pesagem. Através da entrega e análise de um questionário pretendeu-se elencar os fatores promotores de desperdício em duas escolas.

Resultados: Verificou-se um desperdício alimentar de 32,3% (considerando prato e sopa) na primeira quantificação e 21,9% na segunda quantificação. Após intervenção, verificou-se que a campanha de sensibilização foi impactante na redução do desperdício alimentar. Quando comparadas as escolas com e sem intervenção relativamente ao desperdício alimentar verificou-se uma diminuição no desperdício obtido entre a primeira e segunda quantificação. Relativamente ao desperdício de conduto, verificou-se um índice de resto de 18,1% para “pescado” e de 11,8% para “carne”, sem significado estatístico. Os principais fatores promotores de desperdício alimentar encontrados foram: barulho durante a hora de almoço, lotação do refeitório e ementa servida.

Conclusões: O presente trabalho vem expor a necessidade de se considerarem diversos fatores como influenciadores do desperdício, nomeadamente a refeição, mas também todo o ambiente envolvente, desde a qualidade do serviço ao próprio espaço físico onde se realizam as refeições.

O desperdício alimentar tem sido alvo de especial atenção nos últimos anos e a sua dimensão tem gerado preocupação a nível dos governos e da sociedade civil em geral. Este estudo foi realizado numa Instituição que alberga e apoia os sem-abrigo na cidade do Porto e teve como objetivo quantificar o desperdício alimentar na instituição e identificar as suas causas. A quantificação do desperdício sob a forma de sobras e restos foi realizada durante 21 dias, incluindo as refeições do almoço e jantar servidos a um total de 60 utentes. Para avaliação do desperdício foi utilizado o método de pesagem agregada não seletiva, com pesagem inicial da quantidade total de alimentos confecionados, pesagem dos alimentos confecionados, mas não servidos (sobras) e dos restos após o consumo das refeições. No prato, verificou-se um valor médio de 17,5% para as sobras e 18,9% para os restos. Relativamente à sopa, observou-se um valor médio de 10,5% para as sobras e de 13,1% para os restos. Apesar das diferenças não serem estatisticamente significativas (p>0,05), nos pratos cujo método de confeção foi o estufado e/ou o cozido, verificaram-se percentagens mais elevadas de sobras do que nos pratos cujo método de confeção foi o assado ou frito. A ementa influenciou o desperdício alimentar, verificando-se que para algumas ementas não existiam sobras. A taxa de utentes faltosos influenciou significativamente (p<0,05) a percentagem de sobras do prato.

O desperdício alimentar observado implica uma classificação do serviço de alimentação como “mau”. A ementa e o número de utentes faltosos foram causas do desperdício alimentar nesta instituição.

Introdução: O desperdício alimentar é uma problemática atual em refeitórios escolares. Numa lógica de sustentabilidade, torna-se essencial auscultar eventuais causas para, posteriormente, se proceder à sua redução. Para tal, a quantificação do desperdício alimentar é uma etapa fundamental.

Objetivos: Avaliar o desperdício alimentar dos alunos, na refeição do almoço, em duas unidades de restauração coletiva do setor escolar público.

Metodologia: Estudo observacional de desenho transversal. Procedeu-se à avaliação do desperdício alimentar do item da refeição prato das refeições servidas a alunos do pré-escolar ao ensino secundário, durante 10 dias. Para quantificar as sobras e restos de 2686 refeições, considerou-se o método físico de pesagem.

Resultados: Verificou-se 25% de desperdício alimentar global para 2686 refeições servidas, observando-se um índice de sobra de produção e um índice de sobra de resto de, em média, 8% e 18%, respetivamente. Poderiam ser alimentados com o desperdício alimentar obtido 904 alunos.

Conclusões: O índice de sobra e o índice de sobra de resto nas componentes do prato apresentam-se acima dos valores de desperdício recomendados pela literatura (<3% índice de sobra e <10% índice de sobra de resto), justificando uma urgente necessidade de intervenção.

Introdução: O desperdício alimentar assume-se como uma problemática presente no setor da alimentação coletiva, sendo de enorme importância a sua redução. Para tal é necessário quantificá-lo, quer durante a produção de refeições, quer após o seu consumo, com o objetivo de identificar as etapas geradoras de maior desperdício, visando a sua redução.

Objetivos: Avaliar as perdas de alimentos nas diferentes etapas da produção do almoço escolar fornecido em cantinas de escolas básicas de ensino público e de educação pré-escolar de um Município Português.

Metodologia: A recolha de dados decorreu em 18 unidades de alimentação, através do acompanhamento de todas as etapas de produção de refeições. Foram avaliadas as perdas resultantes dos processos de descasque, corte e desossagem e, as sobras, que corresponderam a todos os alimentos confecionados e não servidos. Os constituintes do prato foram classificados como componente proteica, acompanhamento fornecedor de hidratos de carbono e acompanhamento de produtos hortícolas. Todos os procedimentos de quantificação foram realizados com recurso ao método de pesagem agregada.

Resultados: Foram avaliadas as perdas de produção de 10 refeições diferentes, destinadas ao fornecimento de 1.451 almoços e as sobras de 18 refeições diferentes, correspondentes a um total de 1.998 almoços.

Observou-se uma percentagem média de perdas de 14,2%, sendo 20,7% referentes ao processo de descasque e 6,2% referentes ao processo de corte e desossagem. A percentagem média de sobras foi de 14,6%, sendo que a sopa apresentou um valor médio de sobras de 14,4% e o prato de 14,9%.

Conclusões: O elevado valor de perdas observado demonstra a necessidade de melhoria no que respeita às técnicas de preparação aplicadas. Os valores de sobras encontram-se acima dos limites recomendados pela literatura (3%), evidenciando a necessidade de intervenção para redução do desperdício alimentar.

Introdução: A ingestão alimentar em ambiente hospitalar assume um papel relevante no estado nutricional e consequentemente na saúde e bem-estar dos utentes. A malnutrição hospitalar é altamente prevalente e está associada a níveis elevados de desperdício alimentar e maior risco de desnutrição.

O desperdício alimentar relaciona-se com o grau de adequação das ementas e a sua aceitação em indivíduos hospitalizados e deve ser controlada considerando o seu impacto na saúde.

Objetivos: Avaliar a adequação e aceitabilidade da ementa fornecida num hospital psiquiátrico.

Metodologia: Trata-se de um estudo observacional realizado num hospital psiquiátrico. As ementas do almoço foram avaliadas através da avaliação da frequência relativa de alguns itens, com base no método AQE-r (Avaliação Qualitativa de Ementas – versão resumida). A aceitabilidade das refeições foi avaliada utilizando o índice de restos recorrendo ao método de pesagem.

Resultados: Apesar da fruta ser oferecida na maioria dos dias, a variedade era limitada. O fornecimento de produtos hortícolas e leguminosas foi baixo, estando ausente nalguns dias. O prato principal foi considerado “aceitável” pelos indivíduos do sexo masculino (21,7 ± 29,5%) e “inadequado” pelos indivíduos do sexo feminino (35,3 ± 31,9%) considerando o índice de restos.

Observou-se que a baixa temperatura da componente de hidratos de carbono no momento de consumo estava relacionada com um maior índice de restos do prato principal (R = -0,110; p = 0,045). Observou-se que os utentes que desperdiçaram mais sopa tendencialmente também desperdiçaram mais do prato principal (R = 0,169; p = 0,002).

Conclusões: As ementas avaliadas durante o período em estudo não cumpriam as recomendações alimentares, nomeadamente em relação ao fornecimento de produtos hortícolas, fruta, componente de hidratos de carbono, peixe e técnicas de confeção. O valor mais elevado de índice de restos foi encontrado nos indivíduos do sexo feminino. A temperatura da fonte de hidratos de carbono relacionou-se com a aceitabilidade da ementa. O desperdício alimentar parece estar mais relacionado com os utentes do que com a ementa, uma vez que quem desperdiça mais sopa, desperdiça mais da restante refeição.