Introdução: Os menus são ferramentas de promoção de educação alimentar, fundamentais para suprir as necessidades nutricionais dos indivíduos. Os Restaurantes Populares, por sua vez, são estabelecimentos de promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada, principalmente, para populações socialmente vulneráveis.

Objetivos: Avaliar a composição do menu de 2 (dois) Restaurantes Populares de um município do interior de São Paulo, Brasil, pelo método de Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio.

Metodologia: Utilizou-se o método de Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio para avaliação do menu de 24 dias decorridos entre final de agosto e setembro de 2022. Analisou-se monotonia de cores (três ou mais alimentos de cores iguais), presença de vegetais folhosos crus (um ou mais) e frutas (uma ou mais), tipos de carnes (carnes gordurosas), teor de enxofre (dois ou mais alimentos), presença de frituras, de doces e associação simultânea de frituras com doces. Calculou-se a frequência relativa de cada critério do método de Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio, classificando os “aspetos negativos” (cores iguais, preparações ricas em enxofre, carnes gordurosas, doce, fritura e concomitância de doce e fritura) como “ótimo” (<25,0%), “bom” (11,0 a 25,0%), “regular” (26,0 a 50,0%), “ruim” (51,0 a 75,0%) ou “péssimo” (>75,0%) e os “aspetos positivos” (oferta de frutas e folhosos) como “ótimo” (≥90,0%), “bom” (75,0 a 89,0%), “regular” (50,0 a 74,0%), “ruim” (25,0 a 49,0%) ou “péssimo” (<25,0%).

Resultados: Verificou-se 70,0% de ocorrência de monotonia de cores. A oferta de folhosos e frutas ocorreu em 66,0% e 58,0% dos dias, respetivamente. A presença de carnes gordurosas ocorreu em 16,0% dos dias, assim como a de preparações ricas em enxofres. A presença de doces foi verificada em 41,7% dos dias. O menu não apresentou ocorrência de frituras e, consequentemente, apresentou ausência de associação de frituras com doces (0,0%).

Conclusões: O menu apresenta necessidade de ajustes, principalmente, no critério monotonia de cores, porém nota-se grande potencial de oferta de nutrientes, diante da ocorrência “regular” de frutas e folhosos e ausência de frituras e de frituras associadas com doces.

Introdução: Sendo a alimentação um fator de risco modificável significativo para a incapacidade e morte prematura, urge a promoção de ambientes alimentares saudáveis incluindo sistemas que promovam uma dieta diversificada, equilibrada e saudável nos setores público e privado. A correta intervenção alimentar pode representar um importante reflexo na saúde dos clientes de uma Unidade de Alimentação e Nutrição, visto que, para muitos, a alimentação recebida na empresa/organização onde trabalha representa a grande refeição do dia e pode representar a base de uma alimentação saudável, com reflexos positivos para a saúde, podendo servir de exemplo para a criação de hábitos alimentares adequados nos comensais.

Objetivos: Elaborar ferramenta de avaliação qualitativa de ementas destinada à população adulta e saudável, com base nas necessidades energéticas totais e distribuição de porções por dia e por refeição segundo as recomendações nacionais e hábitos alimentares da população nacional.

Metodologia: Foram identificadas as necessidades energéticas totais de acordo com as recomendações da Roda dos Alimentos Portuguesa e distribuídas as porções de alimentos para a refeição do almoço. Foram compilados e analisados os critérios referentes a cinco documentos de avaliação qualitativa de ementas e adaptados para a população alvo.

Resultados: Obteve-se uma lista de verificação/grelha para avaliação qualitativa de ementas, constituída por 55 pressupostos divididos por 8 grupos. As ementas serão avaliadas segundo uma classificação de “muito boa”, “boa”, “aceitável” e “não aceitável” consoante os valores percentuais obtidos.

Conclusões: A lista de verificação/grelha obtida com os principais critérios de alimentação saudável para aplicação aquando da elaboração de ementas pretende representar uma ferramenta que auxilie os responsáveis pela elaboração de ementas e os nutricionistas num processo de melhoria da qualidade nutricional das ementas.

Introdução: O desperdício alimentar acarreta implicações éticas, económicas, ambientais e nutricionais, sobretudo a nível escolar. Uma unidade de alimentação coletiva deverá assegurar refeições seguras e adequadas nutricionalmente, podendo os benefícios da sua ingestão nem sempre serem garantidos se o desperdício alimentar se revelar elevado.

Objetivos: Quantificar o desperdício alimentar resultante de refeições servidas ao almoço em quatro unidades de restauração coletiva do ensino básico e secundário de um município português, com avaliação da eficácia de uma campanha de sensibilização.

Metodologia: O estudo foi dividido em três etapas. Na primeira etapa quantificou-se o desperdício alimentar; na segunda, realizou-se uma campanha de sensibilização em duas escolas e, na terceira etapa, fez-se uma nova quantificação do desperdício alimentar. Para o cálculo da sobra e resto, considerou-se o método físico de pesagem. Através da entrega e análise de um questionário pretendeu-se elencar os fatores promotores de desperdício em duas escolas.

Resultados: Verificou-se um desperdício alimentar de 32,3% (considerando prato e sopa) na primeira quantificação e 21,9% na segunda quantificação. Após intervenção, verificou-se que a campanha de sensibilização foi impactante na redução do desperdício alimentar. Quando comparadas as escolas com e sem intervenção relativamente ao desperdício alimentar verificou-se uma diminuição no desperdício obtido entre a primeira e segunda quantificação. Relativamente ao desperdício de conduto, verificou-se um índice de resto de 18,1% para “pescado” e de 11,8% para “carne”, sem significado estatístico. Os principais fatores promotores de desperdício alimentar encontrados foram: barulho durante a hora de almoço, lotação do refeitório e ementa servida.

Conclusões: O presente trabalho vem expor a necessidade de se considerarem diversos fatores como influenciadores do desperdício, nomeadamente a refeição, mas também todo o ambiente envolvente, desde a qualidade do serviço ao próprio espaço físico onde se realizam as refeições.

Introdução: O desperdício alimentar é uma problemática atual em refeitórios escolares. Numa lógica de sustentabilidade, torna-se essencial auscultar eventuais causas para, posteriormente, se proceder à sua redução. Para tal, a quantificação do desperdício alimentar é uma etapa fundamental.

Objetivos: Avaliar o desperdício alimentar dos alunos, na refeição do almoço, em duas unidades de restauração coletiva do setor escolar público.

Metodologia: Estudo observacional de desenho transversal. Procedeu-se à avaliação do desperdício alimentar do item da refeição prato das refeições servidas a alunos do pré-escolar ao ensino secundário, durante 10 dias. Para quantificar as sobras e restos de 2686 refeições, considerou-se o método físico de pesagem.

Resultados: Verificou-se 25% de desperdício alimentar global para 2686 refeições servidas, observando-se um índice de sobra de produção e um índice de sobra de resto de, em média, 8% e 18%, respetivamente. Poderiam ser alimentados com o desperdício alimentar obtido 904 alunos.

Conclusões: O índice de sobra e o índice de sobra de resto nas componentes do prato apresentam-se acima dos valores de desperdício recomendados pela literatura (<3% índice de sobra e <10% índice de sobra de resto), justificando uma urgente necessidade de intervenção.