A desnutrição é um problema de saúde comum aquando da admissão hospitalar. Este artigo apresenta os resultados de um estudo descritivo-observacional de doentes hospitalizados no serviço de Medicina IV, piso 9, do Hospital Distrital de Santarém realizado com o objetivo de identificar o risco de desnutrição e avaliar a evolução nutricional dos doentes assim como o parâmetro origem dos mesmos, de modo a avaliar se existe diferença significativa de prevalência. Foram avaliados 150 indivíduos com média de 80 anos de ambos os sexos, tendo sido realizada a avaliação antropométrica por métodos indiretos (peso e altura estimados) e diretos (altura do joelho, circunferências da barriga da perna e do braço) de modo a obter o Índice de Massa Corporal, um dos parâmetros necessários para determinar o risco de desnutrição. Relativamente a este parâmetro – Índice de Massa Corporal – verificou-se um aumento durante o período de internamento (média inicial de 16,9 Kg/m2 e final de 17,5 Kg/m2).

Aquando a admissão hospitalar, foi possível identificar, através do Malnutrition Universal Screening Tool (MUST), 29,3% (N=44) dos doentes com risco de desnutrição médio e 70,7% (N=106) com risco de desnutrição alto.

Conclui-se que a taxa de desnutrição em doentes internados é elevada, o que pode prejudicar o quadro clínico. Perante esta problemática torna-se essencial a reavaliação periódica do indivíduo hospitalizado, contribuindo desta forma, para uma identificação e intervenção nutricional precoce.

Doença de Alzheimer é uma desordem neurodegenerativa caracterizada por depósitos de peptídeos beta-amiloides extracelulares e emaranhados neurofibrilares intracelulares. Em termos sintomatológicos, as alterações das funções cognitivas são as condições mais frequentemente encontradas nos indivíduos com doença de Alzheimer, sendo a demência a principal delas. Entre os diversos fatores de risco para a doença, é amplamente reconhecido que a idade é o principal deles. Segundo as associações americana, brasileira, britânica e canadense de Alzheimer, fatores ambientais de risco, associados ao estilo de vida, são igualmente importantes para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Diversos artigos científicos sugerem que a obesidade está entre os fatores associados ao estilo de vida que podem aumentar a incidência dessa doença. Entretanto, um estudo publicado recentemente aponta resultados discrepantes quanto ao verdadeiro papel da obesidade em promovê-la. Levando em consideração a divergência presente na literatura científica sobre as influências da obesidade e do baixo peso na génese da demência, este trabalho refletiu sobre os aspetos fisiopatológicos que confirmam se o estado nutricional pode ou não ser considerado fator de risco para a doença de Alzheimer.