Introdução: A prevalência de obesidade e excesso de peso em Portugal tem vindo a aumentar. Assim, é fundamental avaliar a eficácia da consulta de nutrição, promovendo uma intervenção eficaz.

Objetivos: Estudar o efeito da intervenção alimentar na evolução da composição corporal e na adoção de hábitos alimentares saudáveis em utentes com excesso de peso ou obesidade.

Metodologia: Estudo epidemiológico observacional, descritivo e prospetivo, numa amostra de conveniência de doentes adultos com excesso de peso ou obesidade de ambos os géneros que foram acompanhados mensalmente durante 3 meses nas consultas externas de nutrição na Unidade de Portimão do Centro Hospitalar Universitário do Algarve. A informação referente a hábitos alimentares foi obtida através do inquérito alimentar às 24 horas anteriores. Procedeu-se também à avaliação da composição corporal pela técnica de bioimpedância.

Resultados: Foram incluídos 38 utentes (22 do sexo feminino e 16 do sexo masculino), os quais apresentaram uma idade média de 57,8 ± 12,7 anos. Encontrou-se uma diferença estatisticamente significativa entre os valores antropométricos antes e após a intervenção alimentar individualizada (p < 0,01). Verificou-se, uma diminuição das médias de peso (92,8 ± 15,0 versus 91,1 ± 14,2 Kg) e Índice de Massa Corporal (35,3 ± 6,3 versus 34,6 ± 6,0 Kg/m2) entre a primeira e a terceira consultas de nutrição, correspondendo a um estado de obesidade classe 2 e obesidade classe 1, respetivamente. Adicionalmente, observou-se que 55,3% dos doentes perderam massa gorda. Verificou-se, ainda, um aumento estatisticamente significativo do número diário de refeições (p < 0,01) e do consumo de hortofrutícolas (p < 0,05). A prática de atividade física e o aumento do número diário de refeições, do consumo de hortofrutícolas e da ingestão hídrica não revelaram associação estatisticamente significativa com a diminuição da percentagem de massa gorda.

Conclusões: A intervenção alimentar direcionada foi essencial na promoção de hábitos alimentares saudáveis.

Introdução: As crianças admitidas no hospital têm um elevado risco de desenvolver desnutrição, especialmente as que possuem uma doença subjacente. Assim, o rastreio do risco nutricional, quando aplicado precoce e atempadamente, permite ao profissional de saúde realizar uma abordagem nutricional adequada, prevenindo ou corrigindo a desnutrição, bem como possíveis complicações decorrentes de uma alteração do estado nutricional.

Objetivos: Identificar o risco nutricional e caracterizar o estado nutricional das crianças internadas.

Metodologia: Realizou-se um estudo transversal, no período de 25 de maio a 23 de julho de 2015, constituído por 63 crianças, com idades compreendidas entre 1 e 17 anos completos. Procedeu-se à aplicação da ferramenta de rastreio STRONGkids e à recolha da altura e do peso e ao cálculo do Índice de Massa Corporal. De seguida, calcularam-se os z-scores do peso-para-estatura, estatura-para-idade, peso-para-idade e Índice de Massa Corporal, que foram comparados com os pontos de corte recomendados pela Organização Mundial da Saúde, de forma a avaliar a existência de desnutrição e caracterizar o estado nutricional no momento da admissão hospitalar.

Resultados: O rastreio da desnutrição evidenciou que 58,7% tinham um risco médio e 3,2% alto risco de desnutrição, porém apenas 7,7% destas é que estavam desnutridas. A prevalência de desnutrição foi de 6,3%, 65,1% eram crianças eutróficas e 33,3% tinham excesso de peso/obesidade.

Conclusões: O estado nutricional nem sempre se correlaciona com o risco nutricional atual. Efetivamente, no momento da admissão hospitalar, o estado nutricional pode ainda não se encontrar afetado, mesmo existindo elevado risco de desnutrição. Dessa forma, este rastreio é essencial e crucial para a vigilância do estado nutricional em doentes com risco de desnutrição.