Introdução: A insuficiência cardíaca está associada a um grande número de fatores de risco, dentre eles a obesidade. Os fatores de risco modificáveis podem ser gerenciados para diminuir significativamente o risco para desenvolver a doença, como a investigação de biomarcadores metabólicos, como a vitamina D. No entanto, há poucas evidências nas diretrizes sobre a associação da vitamina D como fator de risco na população com insuficiência cardíaca.

Objetivos: Avaliar níveis de vitamina D como fator de risco associado à obesidade em pacientes com insuficiência cardíaca.

Metodologia: Estudo observacional, prospetivo, tipo caso-controlo, realizado em uma clínica multiprofissional especializada em insuficiência cardíaca. O diagnóstico do estado nutricional foi realizado através do questionário validado miniavaliação nutricional (MAN) e antropometria. A coleta de sangue foi realizada seguindo as recomendações de biossegurança. A distribuição dos dados foi avaliada pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk. Foi considerado significativo valor de p<0,05. A análise estatística foi feita através do Software Statistical Package for the Social Sciences, versão 20.0.

Resultados: Avaliou-se 76 pacientes, 51,3% com classe funcional II (New York Heart Association). Em relação ao estado nutricional 58% apresentavam score de risco (MAN) e 75,1% com sobrepeso e obesidade; os níveis séricos de vitamina D são significativamente menores no grupo com obesidade (80%; p=0,003); as medidas de circunferência de cintura são significativamente maiores no grupo com obesidade (p=0,020); os scores do risco nutricional (MAN) são significativamente maiores no grupo com obesidade (p<0,001). A insuficiência de vitamina D aumentou a chance para desenvolver obesidade (OR:4,5; IC95%:[1,1-19,2]).

Conclusões: A investigação permitiu detetar que a insuficiência de vitamina D aumenta a chance para desenvolver obesidade em pacientes com insuficiência cardíaca.

A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados foi criada com o objetivo geral de “prestação de cuidados continuados integrados a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência”. No entanto, a maioria das pessoas admitidas nestas unidades são idosas, com múltiplas comorbilidades.

Os idosos, tendo em conta as alterações fisiológicas subjacentes ao processo de envelhecimento, encontram-se particularmente predispostos para alterações do estado nutricional, nomeadamente para o desenvolvimento de desnutrição, encontrando-se esta associada a maior morbilidade e mortalidade.

O objetivo deste trabalho prende-se com a otimização dos cuidados nutricionais e de saúde prestados e uniformização de procedimentos relativos à avaliação do estado nutricional dos utentes admitidos nas Unidades de Cuidados Continuados Integrados. Este documento propõe um modelo de avaliação nutricional para os utentes admitidos em Unidades de Cuidados Continuados Integrados.

A desnutrição é um problema de saúde comum aquando da admissão hospitalar. Este artigo apresenta os resultados de um estudo descritivo-observacional de doentes hospitalizados no serviço de Medicina IV, piso 9, do Hospital Distrital de Santarém realizado com o objetivo de identificar o risco de desnutrição e avaliar a evolução nutricional dos doentes assim como o parâmetro origem dos mesmos, de modo a avaliar se existe diferença significativa de prevalência. Foram avaliados 150 indivíduos com média de 80 anos de ambos os sexos, tendo sido realizada a avaliação antropométrica por métodos indiretos (peso e altura estimados) e diretos (altura do joelho, circunferências da barriga da perna e do braço) de modo a obter o Índice de Massa Corporal, um dos parâmetros necessários para determinar o risco de desnutrição. Relativamente a este parâmetro – Índice de Massa Corporal – verificou-se um aumento durante o período de internamento (média inicial de 16,9 Kg/m2 e final de 17,5 Kg/m2).

Aquando a admissão hospitalar, foi possível identificar, através do Malnutrition Universal Screening Tool (MUST), 29,3% (N=44) dos doentes com risco de desnutrição médio e 70,7% (N=106) com risco de desnutrição alto.

Conclui-se que a taxa de desnutrição em doentes internados é elevada, o que pode prejudicar o quadro clínico. Perante esta problemática torna-se essencial a reavaliação periódica do indivíduo hospitalizado, contribuindo desta forma, para uma identificação e intervenção nutricional precoce.