INTRODUÇÃO: A estruturação de comportamentos promotores de saúde, mas também de risco ocorre frequentemente na  adolescência, assim como alterações na composição e imagem corporais. Estas modificações têm um papel determinante na saúde e qualidade de vida futura, pelo que a sua quantificação é essencial.
OBJETIVOS: Avaliar comportamentos alimentares e outros estilos de vida de alunos do ensino secundário, a satisfação com a imagem corporal e o estado nutricional; estudar a agregação de estilos de vida menos saudáveis; estabelecer uma análise comparativa entre duas instituições de ensino de meios sociodemográficos distintos.
METODOLOGIA: Foi conduzido um estudo transversal, comparativo entre duas instituições de ensino da área metropolitana do Porto (Portugal), uma Escola Profissional e uma Escola de Ensino Particular e Cooperativo. Os alunos, após consentimento do seu representante legal, responderam a questionários estruturados sobre as dimensões em estudo, incluindo um questionário de frequência alimentar validado. Foram efetuadas medições antropométricas por observadores treinados.
RESULTADOS: Observou-se uma elevada prevalência de comportamentos de risco em ambas as instituições, particularmente na Escola Profissional, com contexto socioeconómico menos favorecido. No geral, estes parecem ter uma menor adesão a um padrão de estilos de vida mais saudável (média 2,36 vs. 2,73, p=0,021; âmbito variação: 0 a 5). As prevalências de inadequação de macro e micronutrientes foram significativamente superiores na Escola Profissional, embora ambas tenham uma inadequação de ingestão de sódio superior a 75%. A maioria dos alunos encontra-se insatisfeito com a sua imagem corporal (79,2% na Escola Profissional e 61,6% na Escola de Ensino Particular e Cooperativo, p=0,162). A prevalência de sobrecarga ponderal (excesso de peso e obesidade) foi elevada, superior a 30%.
CONCLUSÕES: Existem diferenças relevantes nos hábitos alimentares e outros estilos de vida entre alunos de escolas de meios sociodemográficos distintos, que poderão servir de base futura à delineação de intervenções e contribuir para uma melhoria efetiva do ambiente escolar, que se espera promotor de saúde.

Permanecem desafios para melhorar o estado nutricional das populações e garantir padrões de produção e consumo sustentáveis. A escala Sustainable and Healthy Eating Behaviors avalia comportamentos alimentares saudáveis e sustentáveis em jovens adultos polacos. No nosso melhor conhecimento, em Portugal, desconhece-se a existência de um instrumento que avalie estes comportamentos, de forma holística, em jovens adultos universitários. Como tal, o objetivo do estudo consistiu em traduzir e adaptar transculturalmente esta escala para esta população. Após obtenção da versão portuguesa da escala, através da tradução e retrotradução, procedeu-se à sua adaptação transcultural, com a participação de 30 jovens adultos, numa entrevista semiestruturada, com a aplicação direta da versão preliminar da escala. Depois, foram realizadas adaptações às afirmações da escala, que tinham suscitado problemas de compreensão por parte dos universitários e como resultado das sugestões feitas pelo painel de especialistas. Obteve-se a versão final da escala em língua portuguesa, pelo que será possível caracterizar os comportamentos alimentares saudáveis e sustentáveis em universitários portugueses e avaliar o impacto de projetos de educação alimentar e de políticas alimentares nesta população.