A infeção pelo vírus SARS-CoV-2, identificada pela primeira vez na China, rapidamente se difundiu a nível mundial. A fim de diminuir a propagação desta doença infeciosa, declarada como uma pandemia, foram decretados confinamentos domiciliários um pouco por todo o mundo. Estes confinamentos alteraram os hábitos alimentares da população, na maioria dos casos para pior, verificando-se um aumento no consumo de alimentos menos saudáveis. Este fator e a diminuição da atividade física verificada, podem culminar no desenvolvimento de patologias metabólicas, cardiovasculares e outras. Assim, é essencial alertar as populações neste sentido e educá-las para melhores escolhas alimentares.
A quarentena, voluntária ou obrigatória, suscita transformações inevitáveis no estilo de vida. A presente revisão narrativa da literatura visa estudar os hábitos alimentares adotados durante pandemias e epidemias com repercussões mundiais. Enquanto antigamente as doenças infeciosas eram predominantes em indivíduos desnutridos por escassez de alimento, hoje afetam desnutridos devido a hábitos alimentares excessivos e desequilibrados. A Gripe Espanhola originou grande escassez de alimento e insegurança alimentar. A Gripe das Aves e a Gripe A não afetaram hábitos no consumo da carne e ovos, apesar do impacto no setor alimentar. Tanto a Gripe A como a COVID-19 foram exacerbadas pela elevada prevalência de doenças crónicas, nomeadamente a obesidade. A atuação do nutricionista em contexto pandémico ou epidémico, é crucial por promover, junto da população, a adoção de um estilo de vida saudável, principalmente hábitos alimentares, como medida preventiva.