Introdução: A gravidez é um período com exigências energéticas e nutricionais específicas, fundamentais para a manutenção da saúde materna e para o crescimento e desenvolvimento adequados do feto. A suplementação com ácido fólico e iodo é geralmente obrigatória, mas, em alguns casos, pode ser necessário suplementar também outros nutrientes, cuja ingestão através da alimentação não seja suficiente para cobrir as necessidades.

Objetivos: Analisar a rotulagem de suplementos alimentares direcionados a grávidas e lactantes, comercializados em Portugal, com o intuito de avaliar a sua conformidade com a legislação vigente e com as recomendações nutricionais atualmente disponíveis.

Metodologia: Recolheram-se em farmácias, parafarmácias e lojas de produtos dietéticos na zona de Caldas da Rainha e Lisboa, durante o mês de março de 2024, todos os suplementos alimentares disponíveis, que estavam especificamente direcionados para a fase gestacional e/ou de lactação.

Resultados: Na composição dos suplementos alimentares foram identificados essencialmente micronutrientes, ómega-3 e plantas. Foram identificadas doses muito reduzidas ou muito elevadas de micronutrientes, quando comparadas com as recomendações atuais da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos de ingestão de referência da população ou de ingestão adequada. Dois suplementos alimentares ultrapassam o limite superior tolerável de ingestão de magnésio e, tendo por base valores de ingestão de micronutrientes através de outras fontes alimentares, um suplemento alimentar pode contribuir para que o consumidor exceda o limite superior tolerável de ingestão de zinco. Em todos os suplementos alimentares foram identificadas não conformidades, como o uso de unidades não regulamentadas, e/ou potenciais fontes indutoras de erro para o consumidor, como a utilização de diferentes denominações para a mesma substância ou a apresentação de valores de referência baseados na população geral, sem considerar as necessidades específicas de grávidas e lactantes.

Conclusões: Existe uma considerável variabilidade na composição dos suplementos alimentares destinados a grávidas comercializados em Portugal, com casos de possíveis não conformidades e potenciais riscos associados ao consumo, sem orientação adequada. É recomendado consultar um profissional de saúde antes de iniciar a toma de qualquer suplemento alimentar.

Introduction: Labelling is an important tool for food and nutrition professionals since it provides information on food safety and nutrition.

Objectives: The aim was to analyse the differences in food and nutrition professionals’ opinions regarding nutrition labelling on prepacked foods.

Methodology: A cross-sectional study was conducted, using a non-probabilistic sample of professionals, by contacting several Portuguese entities in food and nutrition. The eligibility criteria included being 18 years old and over, living and working in Portugal, and having a professional activity in this area. An online self-administered survey was developed, including questions about labelling (importance, reading, use, trust, satisfaction, and influence in food choices). The main changes in the European Union labelling rules about the content, presentation and legibility of the mandatory information were analysed. The present paper focuses on the answers to the open-ended question on suggestions to improve nutrition labelling.

Results: From the 297 participants, 33 (11.1%) provided answers to the open-ended question, which were subsequently grouped into six categories. These professionals demonstrated the least satisfaction with the label information namely the specific technical terms, the quantity of information, the symbols used and the nutritional claims. They showed the least agreement with the presentation and content of the nutrition information, implemented by Regulation (EU) No 1169/2011.

Two improvements were proposed: the simplification of the labelling information and the understanding of its usefulness as it is currently presented, to provide perceptible and useful information to the consumer.

Conclusions: Nutrition labelling educational tools should be developed, in order to promote nutrition literacy and lead to consumer’s empowerment.