Introdução: Os suplementos alimentares têm diversos benefícios demonstrados. No entanto, a crença errónea por parte dos consumidores de que estes são isentos de risco e as obrigações legais requeridas para a sua entrada no mercado têm servido de alerta para a necessidade de mais investigação.

Objetivos: Analisar, do ponto de vista legal e científico, a informação disponibilizada na rotulagem de suplementos alimentares à base de plantas utilizados para problemas associados ao Sistema Nervoso, comercializados em Portugal.

Metodologia: Estudo descritivo, observacional, transversal com a recolha de 44 rótulos de suplementos comercializados em Farmácias Comunitárias e em Ervanárias/Lojas Dietéticas da cidade de Vila Nova de Famalicão, entre julho e agosto de 2019, em formulário próprio.

Resultados: Do ponto de vista legal, a maioria dos SA analisados cumpriu as menções obrigatórias na rotulagem. Do ponto de vista científico, o nome científico das plantas foi a informação que mais frequentemente está presente na rotulagem, com 97,7%. A padronização dos extratos (29,5%), as interações (11,4%) e as reações adversas (11,4%) foram as informações menos mencionadas.

Conclusões: Os resultados obtidos realçam a necessidade de uma maior atenção quanto às informações existentes na rotulagem dos suplementos, no sentido de permitir aos consumidores um uso informado e seguro dos produtos.

Introdução: A suplementação alimentar pode ser considerada em determinadas situações. A prevalência de uso de suplementos alimentares nos militares é elevada; a realidade da Marinha Portuguesa é desconhecida.

Objetivos: Calcular a prevalência do uso de suplementos alimentares na Marinha Portuguesa e caracterizar esse hábito.

Metodologia: Aplicação de um questionário temático de autopreenchimento e recolha de respostas em janeiro de 2018. Caracterização da amostra, cálculo da prevalência do uso de suplementos alimentares em 2017 e da prevalência de antecedentes pessoais de uso de suplementos alimentares, e caracterização do seu uso. Inferência estatística das prevalências amostrais para a população visada com intervalo de confiança a 95% (IC95%) corrigido para a população.

Resultados: Obtiveram-se 844 respostas distintas (88,7% homens). A proporção de Fuzileiros é superior no grupo com antecedentes pessoais de uso de suplementos, sendo a diferença estatisticamente significativa (p<0,05). A prevalência estimada de uso de suplementos alimentares em 2017 foi de 16,7%±2,4% (IC95%) e a de antecedentes pessoais de uso de suplementos alimentares foi de 31,3%±3% (IC95%). Os suplementos mais usados foram as vitaminas (67%) e as proteínas (60,2%). O objetivo principal do uso de suplementos alimentares mais vezes reportado foi a melhoria do rendimento físico (57,9%); em 27,2% dos casos não houve qualquer aconselhamento sobre a suplementação. A farmácia foi um dos locais de aquisição mais utilizado (38,3%) e a maioria dos respondentes (93,2%) sentiu o efeito pretendido com a suplementação.

Conclusões: As prevalências de uso de suplementos alimentares encontradas são inferiores às da população nacional e da Marinha dos Estados Unidos da América. A caracterização deste hábito esteve limitada pelas taxas de resposta, mas os resultados estão alinhados com os de estudos nacionais. Este estudo constitui uma tentativa válida e inédita para caracterizar os hábitos de uso de suplementos alimentares na Marinha Portuguesa.