Introdução: Juntamente com características sociodemográficas e clínicas, o locus de controlo e a auto-eficácia podem ter impacto nos processos subjacentes à mudança de hábitos alimentares.

Objetivos: Estudar as relações de características sociodemográficas e clínicas, locus de controlo, auto-eficácia geral e alimentar com a perceção sobre a adesão a uma alimentação saudável em doentes em tratamento de excesso de peso.

Metodologia: Uma amostra de conveniência de 74 indivíduos com excesso de peso (IMC ≥ 25,0 kg/m2; 77,0% sexo feminino, idade média = 41 anos; DP = 11) que frequentavam consultas de nutrição foi estudada relativamente a dados sociodemográficos e clínicos, estádios de mudança para uma alimentação saudável, locus de controlo da saúde (Escala de Locus de Controlo da Saúde), auto–eficácia alimentar (Escala de Auto-Eficácia Alimentar Global) e geral (fator de auto-eficácia do Inventário Clínico de Auto-Conceito).

Resultados: Aproximadamente dois terços (67,6%) encontravam-se no estádio de “Acção/Manutenção” para uma alimentação saudável. No total da escala do locus de controlo, da auto-eficácia geral e da auto-eficácia alimentar, os participantes apresentaram pontuações médias ligeiramente superiores ao ponto médio das respectivas escalas. Num modelo de regressão binária logística, as variáveis sociodemográficas, clínicas, locus de controlo e auto-eficácia previram significativamente estar no estádio de “Acção/Manutenção” (p < 0,001; R2 de Nagelkerkle = 48,4%). Maior proporção de perda de peso (Exp(β) ajustado = 1,074; p = 0,017) e maior auto-eficácia alimentar (Exp(β) ajustado = 1,317; p = 0,005) associaram-se significativamente a maior possibilidade de estar em “Acção/Manutenção”.

Conclusões: A maioria dos participantes em consultas de nutrição para tratamento do excesso de peso considerou seguir uma alimentação saudável. Maior auto-eficácia alimentar e maior perda de peso associaram-se a estar no estádio de “Acção/Manutenção” para uma alimentação saudável.