INTRODUÇÃO: Apesar da evidência científica disponível não mostrar utilidade clínica na utilização da maioria dos suplementos
alimentares que visam o emagrecimento e destes frequentemente apresentarem problemas do ponto de vista de qualidade e segurança, os suplementos alimentares continuam a ser comercializados e utilizados por quem procura perder peso.
OBJETIVOS: Analisar a rotulagem de suplementos alimentares direcionados à perda de peso comercializados em Portugal, quanto a potenciais riscos relacionados com os ingredientes que os compõem e avaliar com base na literatura científica disponível o benefício na perda de peso dessas substâncias.
METODOLOGIA: Recolheram-se aleatoriamente, em supermercados de Lisboa, entre março e abril de 2023, 40 suplementos alimentares que na sua embalagem visam especificamente a perda de peso, tendo sido feita uma análise à sua rotulagem.
RESULTADOS: As substâncias mais comummente encontradas, na maioria dos casos combinadas, e em dosagens muito variáveis,
foram o picolinato de crómio, a Cynara scolymus L., o Taraxacum officinale, a Camellia sinensis, o Citrus aurantium, o Silybum marianum e a Garcinia cambogia. Identificaram-se alegações de saúde infundadas e as substâncias identificadas ou não possuem ensaios clínicos aleatorizados e controlados sobre o seu impacto na perda de peso, ou quando possuem, o benefício demostrado é diminuto ou inexistente, apresentando ainda alguns riscos do ponto de vista de segurança.
CONCLUSÕES: Os suplementos alimentares que visam a perda de peso apresentam uma grande diversidade de substâncias em diferentes combinações e dosagens, que para além de não apresentarem robustez na evidência do seu benefício como auxílio no tratamento da obesidade, podem apresentar potenciais riscos para quem os consome.