Os estudos epidemiológicos na área da nutrição são essenciais ao desenvolvimento de programas de saúde pública e de políticas alimentares apropriadas. No entanto, a relação entre a ingestão nutricional e os resultados de saúde pode ser afetada pelas declarações incorretas do consumo alimentar. O objetivo deste trabalho foi rever a temática das declarações não plausíveis do consumo alimentar, incluindo os métodos existentes para identificação destes casos, as suas implicações, a prevalência e os fatores associados. Foi realizada uma revisão da literatura. O método de referência para identificar declarações não plausíveis da ingestão energética é a Água Duplamente Marcada, que permite a comparação da ingestão energética reportada com o gasto energético. Por apresentar limitações de uso em estudos epidemiológicos de grande dimensão, alguns métodos alternativos tem sido descritos, onde se incluem modelos univariados e multivariados. As sub e sobre-declarações são identificadas por poucos estudos sendo que os que as apresentam diferem na metodologia, o que dificulta interpretações e comparações. Independentemente do método usado para avaliar a plausibilidade das declarações, em cada estudo deve ser endereçada uma consideração à prevalência, características dos declaradores não plausíveis e à forma como afetam a análise da ingestão dos nutrientes.
Introdução: A prevalência de obesidade em adultos e em crianças tem vindo a aumentar, apresentando a idade pré-escolar especial relevância na adoção de hábitos alimentares.
Objetivos: Avaliar o valor energético das refeições realizadas no jardim de infância e relacioná-las com o sexo e o meio de residência da criança.
Metodologia: Recolha de dados antropométricos e avaliação da ingestão dietética das crianças através de um questionário e pesagem dos alimentos consumidos no jardim de infância.
Resultados: Das 153 crianças avaliadas, verificou-se uma prevalência de excesso de peso/obesidade e obesidade de 5,9% e de 6,5% respetivamente, apresentando os rapazes e as crianças do meio rural valores mais elevados, bem como uma maior percentagem do valor energético ingerido nas refeições realizadas nos jardins de infância. Em 83% das crianças verificou-se um consumo energético superior às necessidades energéticas.
Conclusões: Neste estudo verificámos um consumo energético superior face às necessidades nas refeições realizadas no jardim de infância e no total das refeições realizadas ao longo do dia. Verificámos ainda a existência de diferenças na seleção de alimentos entre os sexos e meio de residência nas refeições intercalares.