Introdução: Nos doentes com Diabetes Mellitus tipo 1 a contagem de hidratos de carbono aliada à insulinoterapia pode melhorar o controlo glicémico. Algumas aplicações móveis permitem a contagem de hidratos de carbono de forma mais simples, sendo facilitadoras do uso desta técnica.

Objetivos: Avaliar a relação da utilização de aplicações móveis e bomba infusora de insulina com o controlo glicémico de adultos com Diabetes Mellitus tipo 1.

Metodologia: Estudo transversal realizado num hospital público em Braga. Foi avaliada uma amostra de conveniência composta por indivíduos adultos com Diabetes Mellitus tipo 1. Os dados clínicos, sociodemográficos e de uso de aplicações e bomba infusora de insulina foram recolhidos através da consulta do processo clínico. O controlo glicémico foi avaliado através dos valores da hemoglobina glicada.

Resultados: Foram avaliados 182 participantes (53,8% do sexo feminino) com idade média de 32 anos (DP = 11), dos quais 59,3% usavam aplicação móvel e 61,6% bomba infusora de insulina. Apenas o uso de aplicação móvel se relacionou significativamente com o controlo glicémico, com os participantes que usavam aplicação a apresentarem níveis inferiores de hemoglobina glicada: média marginal estimada = 6,8% vs. 7,6%; p < 0,001; eta2p = 0,227).

Conclusões: Os doentes que utilizavam aplicações móveis apresentavam valores mais baixos de hemoglobina glicada. A utilização de aplicações móveis que auxiliem na estimativa da quantidade de hidratos de carbono presentes na refeição poderá servir como um importante auxílio na contagem de hidratos de carbono.

Para indivíduos com diabetes tipo 2, é necessário otimizar o programa desportivo para prevenir um descontrolo glicémico e melhorar o rendimento e a recuperação independentemente da modalidade desportiva. As diferentes respostas glicémicas subsequentes às intervenções de um protocolo desportivo de resistência aeróbio dificultam a sua implementação com base nas recomendações utilizadas para o uso de hidratos de carbono para o rendimento aeróbio e a recuperação desportiva. A ingestão combinada de diferentes tipos de hidratos de carbono poderá ser uma estratégia mais adequada para ajudar a maximizar o rendimento aeróbio e acelerar a recuperação pós-treino com uma proporção recomendada de glicose:frutose para um rácio de 2:1 especialmente em indivíduos com problemas gastrointestinais. Não existem estudos acerca das recomendações de proporções dos tipos de hidratos de carbono antes, durante e/ou após o treino para indivíduos com diabetes tipo 2. Perspetivas futuras sugerem abrir novos ramos de investigação e definir modelos de estratégias dietéticas em indivíduos com diabetes tipo 2 na área do desporto.

Introdução: A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica com grande prevalência na população portuguesa.

O adequado controlo da glicemia é uma medida importante para qualquer pessoa com Diabetes Mellitus. A hemoglobina glicada (HbA1c) é um parâmetro importante na monitorização do controlo glicémico. A alimentação realizada pela pessoa com Diabetes Mellitus condiciona o controlo da doença e a prevenção de complicações da Diabetes Mellitus a longo prazo.

Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da terapêutica nutricional individualizada no tratamento da Diabetes Mellitus, nomeadamente na evolução da HbA1c.

Metodologia: Estudo prospetivo, realizado no Centro Hospitalar Cova da Beira, a pessoas com Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 que frequentaram a Consulta de Nutrição.

Resultados: Amostra constituída por 70 indivíduos com Diabetes Mellitus, sendo 15,7% pessoas com Diabetes Mellitus tipo 1 e 84,3% pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2. A média de idades foi 58,61 ± 14,61 anos com diferença estatisticamente significativa entre o tipo de Diabetes Mellitus (p<0,001). Quanto ao estado nutricional a maioria das pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2 eram obesos e as pessoas com Diabetes Mellitus tipo 1 normoponderais. A média de HbA1c antes e após a terapêutica nutricional foi 8,8 ± 1,9%

e 7,6 ± 1,3%, respetivamente, e estatisticamente significativa (p<0,001). Verificou-se que apenas existe diferença significativa nos parâmetros antropométricos em pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2 após o aconselhamento alimentar (p=0,003).

Conclusões: A terapêutica nutricional individualizada permite melhorar o controlo glicémico através da diminuição do valor da HbA1c e os parâmetros antropométricos, particularmente nas pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2.

Assim, a Terapêutica Médica Nutricional é uma medida eficaz no tratamento da Diabetes Mellitus e, por isso, deve ser obrigatória e acessível a todos os indivíduos com diagnóstico de Diabetes Mellitus.