Introdução: A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica com grande prevalência na população portuguesa.

O adequado controlo da glicemia é uma medida importante para qualquer pessoa com Diabetes Mellitus. A hemoglobina glicada (HbA1c) é um parâmetro importante na monitorização do controlo glicémico. A alimentação realizada pela pessoa com Diabetes Mellitus condiciona o controlo da doença e a prevenção de complicações da Diabetes Mellitus a longo prazo.

Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da terapêutica nutricional individualizada no tratamento da Diabetes Mellitus, nomeadamente na evolução da HbA1c.

Metodologia: Estudo prospetivo, realizado no Centro Hospitalar Cova da Beira, a pessoas com Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 que frequentaram a Consulta de Nutrição.

Resultados: Amostra constituída por 70 indivíduos com Diabetes Mellitus, sendo 15,7% pessoas com Diabetes Mellitus tipo 1 e 84,3% pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2. A média de idades foi 58,61 ± 14,61 anos com diferença estatisticamente significativa entre o tipo de Diabetes Mellitus (p<0,001). Quanto ao estado nutricional a maioria das pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2 eram obesos e as pessoas com Diabetes Mellitus tipo 1 normoponderais. A média de HbA1c antes e após a terapêutica nutricional foi 8,8 ± 1,9%

e 7,6 ± 1,3%, respetivamente, e estatisticamente significativa (p<0,001). Verificou-se que apenas existe diferença significativa nos parâmetros antropométricos em pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2 após o aconselhamento alimentar (p=0,003).

Conclusões: A terapêutica nutricional individualizada permite melhorar o controlo glicémico através da diminuição do valor da HbA1c e os parâmetros antropométricos, particularmente nas pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2.

Assim, a Terapêutica Médica Nutricional é uma medida eficaz no tratamento da Diabetes Mellitus e, por isso, deve ser obrigatória e acessível a todos os indivíduos com diagnóstico de Diabetes Mellitus.