Estilo de vida em indivíduos com o Vírus da Imunodeficiência Humana: 5 anos de follow-up

Lifestyle in people living with Human Immunodeficiency Virus: a 5 year follow-up study

Ana Patrícia Caeiro e Sara Policarpo

Acta Portuguesa de Nutrição 2024, 36, 30-34 , https://dx.doi.org/10.21011/apn.2024.3606

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Resumo

Introdução: A terapêutica antiretrovírica e o aparecimento de comorbilidades em pessoas que vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana têm contribuído para um aumento do seu risco cardiovascular.

Objetivos: Determinar a evolução da adesão à dieta mediterrânica, padrão alimentar e risco cardiovascular em 5 anos de follow-up e avaliar o nível de atividade física.

Metodologia: Estudo longitudinal observacional baseado numa coorte com seguimento regular. A recolha de dados foi efetuada durante 6 meses. A amostra final de 149 pessoas foi reavaliada a nível de parâmetros antropométricos, ingestão alimentar (questionário de frequência alimentar e MedDietScore), risco cardiovascular (DAD Risk Tool) e atividade física (International Physical Activity Questionnaire).

Resultados: A idade média da amostra era de 52,0±9,3 anos, maioritariamente constituída por homens e com um tempo médio de infeção de 17,9±6,9 anos. Verificou-se um aumento percentual de 2% na diabetes mellitus tipo 2, 11,4% na dislipidémia, 0,7% na hipertensão e 12,5% na síndrome metabólica, face à avaliação inicial. A adesão à dieta mediterrânica apresentou um aumento (28,9±5,2 vs. 27,9±5,7); a ingestão calórica foi inferior (1781±622 vs. 2173±432); 77,6% apresentou um nível de atividade física moderado e um comportamento sedentário diário de 244,4±173,9 minutos; 54,7% apresentava um risco cardiovascular a 5 anos muito elevado.

Conclusões: O envelhecimento e o aumento da prevalência de comorbilidades sugerem que modificações no estilo de vida devem fazer parte gestão clínica da doença.


Abstract

Introduction: Antiretroviral therapy and the appearance of comorbidities in people living with human immunodeficiency virus contribute to an increased cardiovascular risk.


Objectives: Assess the evolution of nutritional status, cardiovascular risk and mediterranean diet and physical activity level in a cohort of infected patients.


Methodology: This is a longitudinal observational study based on a cohort previously evaluated and who maintained regular follow-up. Patients were reassessed after 5 years on anthropometric parameters, dietary intake (food frequency questionnaire, MedDietScore), cardiovascular risk (DAD Risk Tool). Physical Activity data was only obtained in the 5th year (International Physical Activity Questionnaire).


Results: The sample had an average age of 52.0±9.3years, were mostly male with a mean HIV infection time of 17.9±6.9 years. There was a percentual increase regarding baseline of 2% in type 2 diabetes, 11.4% in dyslipidemia, 0.7% in hypertension and 12.5% in metabolic syndrome. After 5 years, mediterranean diet adherence was higher (28.9±5.2 vs. 27.9±5.7); caloric intake was lower (1781±622 vs. 2173±432); 77.6% had a moderate Physical Activity level and a daily sedentary behavior of 244.4±173.9 minutes; 54.7% had a very high 5 year-CVR.


Conclusions: Aging and the presence of comorbidities are a concern. Lifestyle interventions must be part of the management of the disease.



Palavras-chave: Aging, Atividade física, Dieta Mediterrânica, Dietary pattern, Envelhecimento, Estado nutricional, Human Immunodeficiency Virus, Mediterranean Diet, Nutritional status, Padrão alimentar, Physical activity, Vírus da Imunodeficiência Humana