As perturbações mentais representam um dos mais importantes desafios da atualidade. No entanto, as opções terapêuticas disponíveis são nalguns casos pouco eficazes ou apresentam efeitos adversos importantes. As intervenções no âmbito do estilo de vida, onde se incluem intervenções nutricionais e alimentares, têm vindo a ser exploradas na área da doença psiquiátrica e já demonstraram exercer um efeito benéfico na sua otimização. Adicionalmente, existe uma conhecida associação entre a doença psiquiátrica e os distúrbios gastrointestinais. A evidência sugere que indivíduos com depressão apresentam uma composição da microbiota intestinal alterada, em comparação com indivíduos saudáveis. Neste sentido, também a microbiota intestinal poderá constituir um alvo terapêutico atrativo. Várias estratégias para a sua modificação já foram descritas, incluindo a manipulação da dieta, a utilização de suplementos probióticos e/ou prebióticos e o transplante de microbiota fecal. Pretende-se com este trabalho abordar importância da nutrição e alimentação no foro da psiquiatria, assim como a modulação da microbiota intestinal e utilização de psicobióticos, reconhecidos como uma potencial coadjuvante para o tratamento destas patologias. Conclui-se que, embora a informação atualmente disponível nesta matéria seja promissora, são necessários mais estudos para que seja possível formular recomendações específicas e cientificamente sustentadas.