As leguminosas são alimentos ecologicamente sustentáveis, nutritivos e culturalmente importantes na região do Mediterrâneo. Contudo, as crianças portuguesas consomem apenas 6% das recomendações diárias. Os jardins de infância desempenham um papel crucial na formação dos hábitos alimentares das crianças, tornando-se assim fundamental promover o consumo destes alimentos nestes locais. Este estudo teve como objetivo identificar o consumo de leguminosas e os seus fatores associados, segundo a perceção dos professores, em nove jardins de infância portugueses. Trata-se de uma pesquisa participativa preliminar com uma abordagem qualitativa e quantitativa, utilizando um questionário estruturado e um grupo focal online. Os dados do questionário foram apresentados em números absolutos e por frequências, com aplicação do teste exato de Fisher. Os dados do grupo focal foram analisados e interpretados pela análise temática de conteúdo. Quantitativamente, observou-se que 77,8% das escolas fornecem refeições vegetarianas, aproximadamente uma vez por semana. As leguminosas são oferecidas em média 3 vezes por semana, em 55,6% das escolas. O nível de aceitação das leguminosas é de 55,6%. A análise de conteúdo identificou que saber confecionar leguminosas e o envolvimento da família na educação alimentar foram aspetos positivos. As barreiras identificadas foram a preparação das refeições fora da escola e a falta de hábito de consumir leguminosas. Com base nestes resultados, é recomendado que nas escolas selecionadas sejam priorizadas ações que visem o desenvolvimento de habilidades culinárias na preparação de leguminosas, educação alimentar com participação dos pais, a preparação de alimentos na própria escola e a introdução de leguminosas nas ementas o mais cedo possível.