Introdução: A água é o constituinte mais abundante no corpo humano. Uma hidratação adequada previne várias doenças, sendo importante para uma boa saúde.

Objetivos: Avaliar o estado de hidratação e o contributo percentual de cada refeição do dia e de vários grupos de alimentos e bebidas para o total de água ingerida em crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 11 anos.

Metodologia: Participaram neste estudo 199 crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 11 anos (97 rapazes e 102 raparigas). Avaliou-se o estado de hidratação a partir da recolha de uma amostra de urina de 24 h e quantificaram-se os marcadores urinários para o cálculo do valor da Reserva de Água Livre. No período de recolha da amostra de urina, aplicou-se um questionário alimentar de recordação das 24 h anteriores, para posterior análise do contributo percentual dos alimentos para o total de água ingerida no dia. O contributo percentual de cada refeição do dia foi também avaliado.

A partir de uma amostra de urina de 24 h foi calculado o valor da Reserva de Água Livre pela diferença entre o volume de urina de 24 h e o volume obrigatório de urina. Considerou-se “euhidratado” se Reserva de Água Livre > 0 e “hipohidratado” se Reserva de Água Livre <0.

A Reserva de Água Livre e o contributo percentual dos grupos de alimentos e bebidas e das refeições do dia foram comparados, por sexos, a partir do Teste de Mann Whitney.

Resultados: A maioria das crianças foi classificada como estando euhidratada (86,4%). O grupo de alimentos que mais contribuiu para ingestão de água nos rapazes e nas raparigas foi dos laticínios (23,8% e 25,7% respetivamente). No que concerne às refeições do dia, o almoço foi a principal fonte de água (38,7%). As raparigas têm escolhas mais saudáveis ao optarem por água (17%) e fruta (8,8%) em detrimento dos refrigerantes (6,4%).

Conclusões: A maioria das crianças avaliadas estavam euhidratadas. Ainda assim, é importante incentivar o consumo de alimentos com maior teor de água e com uma distribuição mais equilibrada, ao longo do dia.

Introdução: A literatura é escassa quanto à relação entre o estado de hidratação e seus potenciais determinantes em crianças.

Objetivos: Avaliar o estado de hidratação numa amostra de crianças portuguesas e quantificar a associação entre o estado de hidratação e o estado ponderal e fatores sociodemográficos e de estilo de vida.

Metodologia: Um estudo transversal, realizado entre janeiro e junho de 2014, incluiu 348 crianças em idade escolar (187 rapazes), entre os 7 e 12 anos. Para avaliar o estado de hidratação, foi recolhida uma amostra de urina de 24 h, tendo sido quantificados marcadores urinários para estimar o valor da Reserva de Água Livre. Para valores de Reserva de Água Livre positivos considerou-se indivíduos euhidratados e valores negativos indivíduos hipohidratados ou risco de hipohidratação. Os dados sociodemográficos e de estilo de vida (tempo no computador/ver tv, de sono, atividade física) foram recolhidos através de um questionário aplicado aos pais.

Resultados: Do total da amostra, 9,2% das crianças foi classificada como hipohidratada ou em risco de hipohidratação. Destes, 62,5% eram do sexo masculino, na sua maioria com excesso de peso/obesidade e com pais com excesso de peso/obesidade. Do total de euhidratados, 52,8% são rapazes. Andar ≥30 minutos a pé e ser filho de pai com <40 anos nas raparigas, associou–se negativamente ao estado de hidratação. O número de horas despendido em computador/jogos eletrónicos, tv/vídeo, sono e atividade física não se associou significativamente ao estado de hidratação.

Conclusões: Embora as crianças deste estudo se encontrassem maioritariamente euhidratadas, a ingestão de água em rapazes com excesso de peso/obesidade ou com pais com excesso de peso/obesidade deve ser particularmente promovida.