Vários estudos têm explorado o papel dos corpos cetónicos nos processos fisiológicos envolvidos no despontar de convulsões sendo a dieta cetogénica uma opção de tratamento usual na epilepsia fármaco-resistente, quer em crianças, adolescentes ou adultos. A presente revisão narrativa procura resumir a evidência disponível sobre os possíveis mecanismos de ação e eficácia da dieta cetogénica e suas variantes no tratamento da epilepsia de crianças a adultos. Apesar da forte plausibilidade biológica e da existência de estudos mecanicistas e ensaios clínicos controlados e aleatorizados que suportam a dieta cetogénica como uma abordagem válida para reduzir a probabilidade de convulsões na epilepsia fármaco-resistente em crianças, o nível de evidência não é tão forte para a sua utilização no tratamento de adultos.