EDITORIAL

Acta Portuguesa de Nutrição 2024, 37, 02 , https://dx.doi.org/10.21011/apn.2024.3701

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Resumo

NUTRIÇÃO E INCLUSÃO Realizou-se no passado mês de maio o XXIII Congresso de Nutrição e Alimentação, da Associação Portuguesa de Nutrição. Sob o tema “Nutrição: uma ciência para a inclusão”, procurou-se precisamente focar o papel da Nutrição como fator central para uma sociedade mais inclusiva. Não obstante as últimas décadas terem testemunhado uma redução muito significativa da pobreza global e dos malefícios a ela associados, continuam a verificar-se situações de exclusão em muitas franjas da população, cujo impacte na alimentação e nutrição constitui um dos principais determinantes da sua saúde presente e futura. As diversas comunicações feitas no referido congresso refletem os variadíssimos pontos de contacto entre esta Ciência e a capacidade de atenuar as disparidades que subsistem no mundo em que vivemos, seja a nível mais local ou global. Convidam-se assim os leitores para a leitura dos resumos de palestras e comunicações livres apresentadas neste número da Acta Portuguesa de Nutrição. Quando falamos de inclusão, não é difícil pensarmos que um dos grupos cuja situação de fragilidade e dependência é o dos doentes a necessitar de cuidados paliativos. No artigo de Pinho-Reis e colaboradores, também publicado na presente edição, os cuidados paliativos são definidos como cuidados ativos, coordenados e holísticos de indivíduos de todas as idades com sofrimento grave relacionado com a saúde devido a doenças graves, e especialmente daqueles que estão perto do fim da vida. Este artigo explora e descreve, através de uma revisão sistemática, a definição de um conjunto de competências profissionais dos Nutricionistas a trabalhar nesta área. Este conjunto envolve não só as necessárias competências técnicas, que resultam fundamentalmente do conhecimento científico mais atual, como as não menos relevantes competências éticas, e que aqui são adequadamente valorizadas, não só sob o ponto de vista da intervenção do Nutricionista como da integração desta com as dos restantes membros da equipa multidisciplinar responsável pelo acompanhamento destes doentes.   A constante evolução da Medicina e o consequente aumento da longevidade média das populações propicia um aumento previsível do número de indivíduos a necessitar deste tipo de cuidados, num futuro próximo. Podemos, pois, antecipar que a necessidade de Nutricionistas dedicados aos cuidados paliativos possa também aumentar, pelo que a publicação deste tipo de artigos, como o de Pinho-Reis e colaboradores, se torna ainda mais pertinente e atual. A Acta Portuguesa de Nutrição, através da colaboração do número sempre crescente de revisores, continuará a procurar servir a comunidade científica com os níveis exigíveis à importante tarefa a que se propõe.