Introdução: O excesso de peso vem alcançando proporções epidémicas mundiais, e com ele emergem outras doenças crónicas não transmissíveis. Nesse contexto ocorre um aumento pela procura por terapêutica dietética para perda de peso, nem sempre bem–sucedida em função de baixa adesão e consequente abandono dessas terapêuticas.
Objetivos: Investigar a probabilidade de abandono de terapêutica dietética para perda de peso segundo aspetos psicossociais, socioeconómicos, demográficos, antropométricos e clínicos.
Metodologia: Estudo transversal quantitativo retrospetivo. Desenvolvido em duas instituições de saúde e uma de ensino. Incluídos adultos de 20 a 60 anos que já tivessem se submetido à terapêutica dietética para a perda de peso. Foram aplicados questionários para coleta de dados psicossociais, socioeconómicos, demográficos, antropométricos e clínicos. Com base nos dados coletados, estimou-se um modelo utilizando o método Probit de regressão múltipla para investigar quais variáveis influenciam a probabilidade de abandono da terapêutica dietética para perda de peso.
Resultados: A amostra foi composta por 86 indivíduos, sendo que 57% haviam abandonado terapêutica dietética para perda de peso. A estimação do modelo mostrou que a variável escolaridade aumenta em 18,9 pontos percentuais o abandono de terapêutica dietética para perda de peso. Em relação aos fatores psicossociais o aumento de um grau na satisfação com a terapêutica e no suporte social reduz a probabilidade de abandono em 7,8 pontos percentuais e 5,7 pontos percentuais, respetivamente. E as variáveis de caráter clínico, económico, demográfico e antropométrico não se apresentaram estatisticamente significativas.
Conclusões: Verificou-se que alto nível de escolaridade favorece o abandono de terapêutica dietética para perda de peso e a satisfação e suporte social atuam de forma contrária reduzindo o abandono, neste sentido o sucesso da terapêutica dietética para perda de peso depende, em certa medida de tais fatores.