Introdução: A Rede Europeia de Cidades Saudáveis da Organização Mundial da Saúde integra a Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis cujo o objetivo comum é o de promover a saúde e a qualidade de vida, combatendo as desigualdades sociais, através de programas municipais.
Objetivos: O estudo pretendeu avaliar as estratégias e iniciativas de promoção de saúde implementadas a nível municipal na Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis e verificar se estas estão alinhadas com os requisitos da Política de Saúde 2020 integrada na Fase VI da Rede Europeia de Cidades Saudáveis.
Metodologia: Foi utilizada uma metodologia exploratória-descritiva e aplicado um questionário semiestruturado, desenvolvido em colaboração com Organização Mundial da Saúde/Europa, e aplicado nas 29 cidades da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis (2013) convidadas a participar. 22 (75,8%) municípios cumpriram os critérios, tendo sido incluídos.
Resultados: Os resultados mostraram que os programas que abordavam a promoção da atividade física foram os mais implementados (81,8%) na Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis. Todos os municípios (100%) reportaram que o grupo das “crianças > 5 anos” foi a população-alvo mais abrangida nos programas da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis, seguida pelo grupo dos “idosos” (95,5%), “adolescentes” (86,4%) e “adultos” (86,4%). As iniciativas de carácter multissetorial foram reportadas em apenas 27% dos municípios, bem como projetos de investigação relacionados com a saúde e parcerias com a comunidade científica (32%). No geral, o impacto percepcionado pelos municípios dos programas implementados da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis foi positivo, já que 50% dos municípios apontaram uma percepção de melhoria no estado de saúde e na qualidade de vida da população.
Conclusões: Seguindo os princípios da Saúde 2020, foi confirmado que várias iniciativas, direcionadas a todas as etapas do ciclo de vida focadas na redução da morbilidade, foram implementadas, no entanto foi deficiente a observação da implementação de abordagens mais abrangentes e multissectoriais, abrangendo diferentes grupos populacionais, com o intuito de combater as desigualdades sociais. Reforça-se ainda ser fundamental o recurso a parcerias e a novas formas de comunicação, bem como a mecanismos de monitorização e avaliação de carácter científico dos programas.