Introdução: A suplementação alimentar pode ser considerada em determinadas situações. A prevalência de uso de suplementos alimentares nos militares é elevada; a realidade da Marinha Portuguesa é desconhecida.

Objetivos: Calcular a prevalência do uso de suplementos alimentares na Marinha Portuguesa e caracterizar esse hábito.

Metodologia: Aplicação de um questionário temático de autopreenchimento e recolha de respostas em janeiro de 2018. Caracterização da amostra, cálculo da prevalência do uso de suplementos alimentares em 2017 e da prevalência de antecedentes pessoais de uso de suplementos alimentares, e caracterização do seu uso. Inferência estatística das prevalências amostrais para a população visada com intervalo de confiança a 95% (IC95%) corrigido para a população.

Resultados: Obtiveram-se 844 respostas distintas (88,7% homens). A proporção de Fuzileiros é superior no grupo com antecedentes pessoais de uso de suplementos, sendo a diferença estatisticamente significativa (p<0,05). A prevalência estimada de uso de suplementos alimentares em 2017 foi de 16,7%±2,4% (IC95%) e a de antecedentes pessoais de uso de suplementos alimentares foi de 31,3%±3% (IC95%). Os suplementos mais usados foram as vitaminas (67%) e as proteínas (60,2%). O objetivo principal do uso de suplementos alimentares mais vezes reportado foi a melhoria do rendimento físico (57,9%); em 27,2% dos casos não houve qualquer aconselhamento sobre a suplementação. A farmácia foi um dos locais de aquisição mais utilizado (38,3%) e a maioria dos respondentes (93,2%) sentiu o efeito pretendido com a suplementação.

Conclusões: As prevalências de uso de suplementos alimentares encontradas são inferiores às da população nacional e da Marinha dos Estados Unidos da América. A caracterização deste hábito esteve limitada pelas taxas de resposta, mas os resultados estão alinhados com os de estudos nacionais. Este estudo constitui uma tentativa válida e inédita para caracterizar os hábitos de uso de suplementos alimentares na Marinha Portuguesa.