Introdução: A entrada no ensino superior é um período transicional muito importante pela aquisição de uma maior independência nas escolhas alimentares. Nos últimos anos, tem aumentado o número de Máquinas de Venda Automática de Alimentos e Bebidas nos estabelecimentos de ensino, contribuindo para a oferta alimentar institucional.

Objetivos: Caracterizar a oferta de alimentos e bebidas nas Máquinas de Venda Automática de Alimentos e Bebidas da Universidade do Porto.

Metodologia: Desenvolvimento e aplicação de um formulário para avaliação da oferta alimentar das Máquinas de Venda Automática de Alimentos e Bebidas presentes nas 14 faculdades e nos 2 cafés E-learning da Universidade do Porto. A recolha de dados foi efetuada no 2.º semestre do ano letivo 2018/2019. Entre todas as máquinas de bebidas quentes avaliadas foram escolhidas 6 máquinas, uma de cada uma das empresas fornecedoras identificadas, para a recolha de amostras do açúcar padrão e máximo disponibilizado. A categorização dos alimentos e bebidas em permitidos e proibidos, bem como, a análise das quantidades de açúcar disponibilizadas, seguiram o estabelecido no Despacho 7516-A/2016.

Resultados: Nas 123 máquinas avaliadas, os géneros alimentícios encontrados com maior frequência foram os refrigerantes (16,7%), as águas sem gás (16,3%) e os produtos de pastelaria (10,9%). Nos equipamentos avaliados, 49% dos géneros alimentícios presentes (com uma variação de 15,6% a 56,3% nos diferentes locais) foram considerados como proibidos. Não existiram diferenças significativas na disponibilização de géneros alimentícios permitidos e proibidos em Máquinas de Venda Automática de Alimentos e Bebidas instaladas em faculdades da área de saúde e de outras áreas. Nenhuma distribuidora cumpriu com os 5 g de açúcar máximo definido.

Conclusões: Perante os dados obtidos, parece evidente a necessidade de reformular a oferta alimentar nestes equipamentos da Universidade do Porto, no sentido de melhorar a qualidade dos géneros alimentícios disponibilizados e promover escolhas alimentares mais adequadas.

A alimentação é um dos determinantes com maior impacto na saúde. O reconhecimento desta realidade deve conduzir a uma definição de políticas orientadas para problemas de saúde específicos e à adoção de estratégias de intervenção que privilegiem uma abordagem integrada e que visem melhorar a saúde das populações, a qualidade dos cuidados prestados e a eficiência na utilização de recursos. Para a realização deste trabalho utilizaram-se os dados relativos à disponibilidade alimentar e nutricional, provenientes das Balanças Alimentares publicadas pela Food and Agriculture Organization, de 1974 a 2013. No que respeita aos dados do produto interno bruto, foram retirados da base de dados do PORDATA. A análise da evolução da disponibilidade alimentar e nutricional mostrou a existência de diferenças no padrão alimentar e nutricional dos portugueses ao longo do período em análise. Verificou-se um aumento da disponibilidade de energia (427 kcal per capita) devido ao aumento de lípidos e proteínas de origem animal derivado essencialmente do aumento da disponibilidade de carne e leite. Permitiu verificar ainda que a melhoria do desempenho económico do país foi acompanhado pela disponibilidade energética e pela alteração da estrutura nutricional.