Introdução: A dificuldade na manutenção do peso perdido e consequente variação cíclica ponderal está relacionada com o comportamento alimentar. Ao contrário da restrição alimentar, a alimentação intuitiva e consciente e a autoeficácia alimentar parecem favorecer atitudes alimentares adaptativas e favoráveis à manutenção do peso.

Objetivos: Relacionar dimensões do comportamento alimentar (controlo rígido e flexível, alimentação intuitiva, alimentação consciente e autoeficácia alimentar) com a variação ponderal.

Metodologia: Estudou-se uma amostra de conveniência de 252 adultos portugueses (71,8% sexo feminino) com idade média de 37 anos (DP = 12) e média do IMC de 24,5 kg/m2 (DP = 4,6). Os dados antropométricos (altura, peso atual e variação de peso no último ano) foram autorelatados. A variação de peso foi classificada em: “peso estável”, “perda de peso”, “ganho de peso” e “peso cíclico”. Para o comportamento alimentar aplicaram-se as Sub-Escalas de Controlo Flexível e Rígido do Comportamento Alimentar, a Escala de Alimentação Intuitiva, o Questionário de Alimentação Consciente e a Escala de Auto-Eficácia Alimentar Global.

Resultados: Quer o controlo rígido quer o flexível foram mais elevados em mulheres com variação ponderal cíclica. Por outro lado, e para ambos os sexos, a pontuação em algumas subescalas da alimentação intuitiva foi superior nos participantes com “peso estável” quando comparados com os do grupo com “ganho de peso”. No sexo masculino, os grupos “ganho de peso” e “peso cíclico” tinham um nível inferior de alimentação intuitiva do que o grupo com “peso estável”. Verifcou-se maior autoeficácia alimentar no grupo com “perda de peso” comparativamente ao grupo com “ganho de peso”.

Conclusões: Pesquisas longitudinais podem esclarecer e aprofundar a direção das relações encontradas. Todavia, esta pesquisa salienta a implicação de estratégias comportamentais baseadas nos princípios estudados que visem a gestão do peso.