A prevalência da Diabetes Mellitus tipo 1 tem vindo a aumentar nos últimos anos. O tratamento intensivo através de Sistema de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina é o método mais fisiológico de administração de insulina atualmente disponível. Para que este seja eficaz é fundamental ter conhecimentos sobre a composição dos alimentos, particularmente os Hidratos de Carbono.
O presente estudo teve como objetivos avaliar e caracterizar o controlo metabólico, compará-lo antes e depois do Sistema de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina, avaliar os conhecimentos de contagem de Hidratos de Carbono e relacioná-los com o controlo metabólico.
Trata-se de um estudo observacional, analítico e retrospetivo, com uma amostra de conveniência constituída pelos utentes com consulta entre novembro 2017 e março de 2018 no Hospital Garcia de Orta. A avaliação do controlo metabólico foi realizada através da HbA1c. Na avaliação dos conhecimentos sobre contagem de Hidratos de Carbono utilizou-se uma adaptação do questionário PedCarbQuiz.
Avaliaram-se 60 indivíduos com uma média de idades 21,3 ± 14,27 anos [2 – 57]. Aquando a colocação do Sistema de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina, apenas 23,6% da amostra se encontrava com a HbA1c dentro dos valores recomendados. Três meses após a colocação do Sistema de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina verificou-se uma diminuição significativa da HbA1c, que estabilizou após os 6 primeiros meses. Relativamente aos conhecimentos sobre contagem de HC, 78,3% possuíam nível muito bom e os restantes nível bom.
Não foi detetada correlação significativa entre a HbA1c e os conhecimentos de contagem de Hidratos de Carbono, ou seja, ter mais conhecimentos não demonstrou ter influência no controlo metabólico da amostra.