Introdução: Na população diabética, a adesão à Dieta Mediterrânica está associada a uma redução das complicações médicas, permitindo um melhor controlo glicémico e do peso corporal. No entanto, são escassos os estudos que avaliem se uma boa adesão à Dieta Mediterrânica se traduz numa melhor Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde dos indivíduos diabéticos.
Objetivos: Este estudo pretende estudar a associação entre a adesão à Dieta Mediterrânica e Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde em pacientes com diabetes tipo 2.
Metodologia: Avaliou-se a Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde de 185 pacientes (103 mulheres e 82 homens) através do preenchimento de um instrumento genérico (SF-36), e um específico para a diabetes, o Perfil de Saúde do Diabético (DHP-18). Os participantes foram entrevistados para preenchimento de uma ferramenta de avaliação de adesão à Dieta Mediterrânica, o PREDIMED. Para efetuar a análise estatística utilizou-se o programa SPSS. Todos os testes estatísticos foram efetuados com um intervalo de confiança de 95%, considerando um valor de p <0,05, estatisticamente significativo.
Resultados: A amostra apresenta uma elevada prevalência de obesidade (43,7%), dislipidemia (77,8%), hipertensão (87,4%), e valores de hemoglobina glicada (77,2%) acima do recomendado, no grupo de indivíduos com fraca adesão à Dieta Mediterrânica, comparativamente ao grupo com boa adesão. O score de adesão à Dieta Mediterrânica está significativamente associado a scores mais elevados (p <0,05) em algumas dimensões do SF-36: saúde geral, função física, desempenho físico, assim como, na medida sumário física.
Conclusões: As pessoas com diabetes tipo 2 têm uma melhor Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde sobretudo nas dimensões da saúde física, se recorrerem a uma dieta baseada nos princípios da Dieta Mediterrânica. Seria importante desenvolver programas de educação para a saúde que promovam a adoção da Dieta Mediterrânica tanto a nível individual como comunitário entre a população diabética, como estratégia de redução de carga de doença, e prevenção ou retardamento das complicações associadas à diabetes, que poderão originar perda de funcionalidade e/ou incapacidade física.