A manipulação de alimentos crus pode ter impacto na segurança alimentar, pelo que é frequente a desinfeção dos hortofrutícolas com recurso a produtos à base de cloro. Contudo, têm-se levantado questões sobre a sua segurança para a saúde pública e meio ambiente. É também importante considerar o impacto da desinfeção destes hortofrutícolas no consumo de água. O presente estudo teve como objetivos avaliar o impacto da desinfeção de hortofrutícolas no consumo de água (fase I) e no seu perfil microbiológico (fase II). Na fase I, quantificou-se a água consumida na lavagem com água potável (V0) e desinfeção com hipoclorito de sódio (70ppm) seguido de enxaguamento (V1). Verificou-se que o volume médio de água consumida em V0 representa 30% e em V1 representa 70%. Na fase II, foram realizadas análises microbiológicas às amostras de hortofrutícolas sem lavagem (T0), lavados com água potável (T1) e submetidos a desinfeção com hipoclorito de sódio (70 ppm) seguido de enxaguamento (T2). Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas no perfil microbiológico dos hortofrutícolas entre as três etapas. Os resultados obtidos revelam que a desinfeção destes hortofrutícolas poderá ser dispensável. A eliminação deste procedimento pode levar à poupança média anual de 20 531 477 L de água. Estes dados salientam a importância de reduzir o consumo de água, sem comprometer a segurança alimentar, contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela Agenda 2030.
Fatores de risco para o incumprimento da recomendação da Organização Mundial da Saúde relativa ao consumo diário de frutas e hortícolas por adolescentes
Na maioria das vezes, os jovens não comem pelo menos 400 g/dia de hortícolas e frutas conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Assim, este estudo teve como objetivo identificar os fatores de risco associados ao incumprimento da recomendação da Organização Mundial da Saúde para o consumo diário de hortícolas e frutas por adolescentes. Os dados foram recolhidos através de uma amostragem estratificada por conglomerados em um estágio de adolescentes (10 aos 19 anos) de uma cidade do norte de Portugal, e foram realizados modelos de regressão logística. Quase dois terços dos adolescentes não cumprem a recomendação da Organização Mundial da Saúde relativa à ingestão diária de hortícolas e frutas. Uma adesão baixa-moderada à Dieta Mediterrânea assim como uma menor ingestão energética média diária são fatores de risco para os adolescentes não cumprirem a recomendação da Organização Mundial da Saúde.