A osteoartrite é uma doença crónica degenerativa multifatorial da cartilagem articular, caracterizada por dor nas articulações e perda de função. A glucosamina consiste num amino-monossacarídeo e um componente essencial da cartilagem articular. É produzida endogenamente, mas também pode ser administrada como um fármaco de ação lenta na osteoartrite para a redução dos sintomas.

A presente revisão de literatura pretende compreender os efeitos da glucosamina na osteoartrite, mais especificamente, o seu metabolismo, mecanismo de ação, eficácia e segurança.

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, com base em artigos publicados nos últimos dez anos, nas bases de dados “Pubmed” e “Sciencedirect”, utilizando os descritores “glucosamine” em associação com “osteoarthritis” e “pharmacokinetics”. Recorreu-se ainda a recomendações oficiais de organizações de saúde.

A glucosamina administrada oralmente é absorvida no duodeno, e transportada pelos GLUT-2 para o interior das células. Este composto participa na via das hexosaminas, contribuindo para a biossíntese de proteoglicanos e glicoproteínas, componentes principais da matriz extracelular da cartilagem. Na osteoartrite, a glucosamina possui efeito anti-inflamatório e protetor da degradação da cartilagem.

De acordo com a literatura, a dose terapêutica de glucosamina capaz de diminuir a dor articular e melhorar a função é de 1500 mg/dia, sendo que a marca e a formulação são fatores essenciais para a sua eficácia. Esta substância foi considerada segura e não foram observados efeitos adversos graves nem casos de sobredosagem.

A glucosamina pode ter um efeito positivo no alívio dos sintomas da osteoartrite. No entanto, ainda não há consenso quanto à sua eficácia, interações nutriente-medicamento e efeitos no metabolismo da glucose, sendo necessários mais estudos.

 

 

 

No contexto desportivo, é muito frequente o uso de alimentos para desportistas. No entanto, estes devem ser encarados como uma estratégia complementar, como forma de auxílio nos seus objetivos enquanto atleta, aquando da necessidade de uma combinação específica de nutrientes essenciais. Neste artigo de revisão é analisada a regulamentação vigente e recomendações dos alimentos para desportistas. Além disso, ainda é demonstrado o papel crucial do Nutricionista no aconselhamento dos alimentos para desportistas, bem como no esclarecimento das diferenças entre estes últimos e suplementos alimentares.

 

Introdução: A sinefrina é o principal composto ativo presente no Citrus aurantium. Encontra-se incorporada em muitos suplementos alimentares que advogam promover a perda de peso, isto apesar do efeito termogénico e a segurança da sinefrina carecerem de estudos que os comprovem. Diversas autoridades de segurança alimentar internacionais emitiram recomendações sobre níveis máximos de consumo diários.

Objetivos: Estudar a composição dos suplementos alimentares para emagrecimento contendo sinefrina e/ou Citrus aurantium disponíveis no mercado português e analisar os efeitos adversos associados às doses diárias de sinefrina que apresentam.

Metodologia: Para a pesquisa de suplementos alimentares para emagrecimento com sinefrina, foi realizada uma pesquisa em pontos de venda físicos e sítios da internet, entre março e abril de 2018.

Resultados: Reuniram-se 37 suplementos com sinefrina e/ou Citrus aurantium na sua composição, apenas sendo possível inferir sobre a quantidade de sinefrina presente em 16 suplementos. Aferiu-se que a dose diária de extrato de Citrus aurantium recomendada pelo produtor e/ou distribuidor corresponde a um valor mediano de 200 mg com valor mínimo de 6 mg e o valor máximo de 840 mg. A quantidade mediana de sinefrina diária recomendada é de 12 mg, com um valor mínimo de 0,6 mg e valor máximo de 60 mg. A cafeína anidra e a sinefrina encontram-se combinadas em 9 suplementos. Vários suplementos excedem os limites diários de sinefrina recomendados por autoridades de segurança alimentar, de destacar que 13 dos 16 suplementos, em que foi possível estimar o valor de sinefrina, excedem os limites preconizados pela autoridade alemã BfR.

Conclusões: Os níveis de sinefrina presentes em vários suplementos podem ser danosos para a saúde dos consumidores. O risco cardiovascular da sinefrina é aumentado na presença de cafeína. Os consumidores devem ser alertados para os níveis destes compostos presentes nos suplementos.

Introdução: Promover a perda de peso é o principal objetivo dos suplementos alimentares termogénicos, muitas vezes referidos como “queimadores de gordura”. A presença da cafeína nestes suplementos baseia-se em estudos que indicam um efeito termogénico desta substância com a promoção da lipólise e oxidação de gordura, acompanhada de eventual perda de peso.

Objetivos: Estudar a composição dos suplementos alimentares termogénicos contendo cafeína disponíveis no mercado português e analisar os riscos associados às doses de cafeína neles contidas.

Metodologia: Para o estudo dos suplementos alimentares referidos como termogénicos e contendo cafeína disponíveis em Portugal, foi efetuada uma pesquisa em pontos físicos de venda e sítios da internet.

Resultados: Foram compilados dados de 43 suplementos. Verificou-se que a dose diária de cafeína anidra correspondente à porção recomendada pelos suplementos correspondeu à mediana de 250 mg, sendo o valor mínimo de 64 mg no suplemento 35 e o valor máximo de 846 mg no suplemento 42. Verificou-se que 10 suplementos recomendam porções diárias que oscilaram entre os 405 mg e 846 mg de cafeína, doses superiores a 400 mg consideradas não seguras para os consumidores habituais desta substância. O extrato de café verde e de chá verde presentes em muitos suplementos podem aumentar o conteúdo total de cafeína ingerida.

Conclusões: Poucos estudos comprovam a real eficácia e segurança da cafeína na promoção da perda de peso. Os consumidores destes suplementos devem ser alertados para os riscos de saúde decorrentes do consumo excessivo de cafeína, em particular problemas cardiovasculares, tolerância e dependência física.