A infertilidade é uma doença do sistema reprodutivo masculino e/ou feminino definida pela incapacidade de atingir uma gravidez após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares desprotegidas. A etiopatogénese pode estar associada ao estilo de vida moderno ou a alterações metabólicas, que se observam frequentemente com o aumento da idade materna, obesidade, diabetes, ansiedade, consumo de álcool, tabaco e exposição aos poluentes ambientais, incluindo os que atuam como desreguladores endócrinos. Um fator comum a estas condições é a produção excessiva de espécies reativas de oxigénio que podem dar origem ao stress oxidativo. Assim, o objetivo da presente revisão de literatura é estudar a existência de uma associação entre o stress oxidativo e a incidência de infertilidade. A pesquisa foi realizada na base de dados Pubmed, entre fevereiro e abril de 2023. Utilizou-se como palavras chave: ¨oxidative stress¨, ¨fertility¨. ¨infertility¨, ¨female infertility¨ e ¨male infertility¨. No que diz respeito ao sistema reprodutor, o stress oxidativo pode afetar a qualidade dos gâmetas, oócitos, espermatozoides, embriões e os ambientes respetivos. Adicionalmente, afeta o desenvolvimento embrionário precoce e a implantação, o que por sua vez pode comprometer a taxa de gravidez. Por fim, tem ainda sido associado negativamente à estimulação ovariana, e consequentemente ao potencial desenvolvimento de oócitos na fertilização in vitro. Neste sentido, a partir da presente revisão, torna-se possível afirmar que o stress oxidativo desempenha um papel importante na infertilidade feminina e masculina, constituindo implicações claras para a prevenção, diagnóstico e resolução terapêutica de tais condições.
Durante o envelhecimento, o cérebro sofre modificações, entre as quais a morte neuronal, que se reflete numa redução da função cognitiva e pode progredir para o aparecimento de doenças neurodegenerativas, que têm por base o stress oxidativo, isto é, um desequilíbrio entre a produção e a eliminação de espécies reativas de oxigénio, responsáveis por danos graves e irreversíveis nos constituintes celulares. Uma vez que a idade e a genética são fatores que não podem ser controlados, torna-se importante moldar os que serão modificáveis, como a alimentação. Os frutos gordos são alimentos com compostos potencialmente neuroprotetores, entre os quais os ácidos gordos polinsaturados, selénio, vitamina E e compostos fenólicos. Estudos efetuados em humanos demonstraram uma melhoria da função cognitiva após o seu consumo, e, em alguns deles, a manutenção da mesma após follow-up, evidenciando a importância de uma prevenção iniciada precocemente. Apesar de ainda não se conhecer o seu exato modo de atuação, sabe-se que os compostos neuroprotetores desempenham importantes funções a nível cerebral e que são capazes de contrariar o stress oxidativo. Contudo, independentemente do mecanismo através do qual possam melhorar a função cognitiva, a composição nutricional pode variar muito entre os diferentes frutos gordos, pelo que, a estes alimentos, não pode ser dado todo o mérito dos resultados observados. Torna-se, assim, necessário considerar as interações sinérgicas entre os próprios compostos dos frutos gordos e os dos restantes alimentos que constituem o padrão alimentar.