Introdução: O conhecimento em nutrição é um determinante modificável do comportamento alimentar, importante para a adoção de hábitos alimentares saudáveis e diferenciadores na otimização do desempenho desportivo.

Objetivos: Traduzir e adaptar um questionário de conhecimentos em nutrição geral e no desporto e estudar as suas propriedades psicométricas.

Metodologia: Procedeu-se à tradução, retrotradução e adaptação do instrumento, incluindo a redução do número de itens com base na aplicação a estudantes do ensino superior (n = 238) de três áreas de conhecimentos distintos: nutrição (n = 46), engenharia (n = 118) e letras (n = 74), e estudaram-se as suas propriedades psicométricas: validade de conteúdo, validade de grupos mistos, validade fatorial e consistência interna.

Resultados: O conteúdo do questionário foi analisado por um conjunto de avaliadores através de uma análise qualitativa e quantitativa, que resultou num coeficiente de validade de conteúdo de 0,90. Através da avaliação da diferença de conhecimentos entre os três grupos, e de acordo com a análise da consistência interna e análise fatorial, dos 90 itens que compunham o questionário inicial foram excluídos 48. Foram repetidas as análises fatorial e de consistência interna para a versão final com 42 itens. O questionário apresenta, para cada uma das secções (nutrição geral e nutrição no desporto), uma estrutura unifatorial e boa consistência interna (valores de alfa de Cronbach de 0,883 e 0,720, respetivamente).

Conclusões: Este estudo gerou uma versão mais curta e com boas propriedades psicométricas de um questionário de conhecimentos em nutrição geral e no desporto. A sua aplicação permitirá aos profissionais da área analisar as diferenças de conhecimentos entre atletas de diferentes sexos e desportos, estabelecendo assim estratégias educacionais mais direcionadas e efetivas.

Introdução: A auto-eficácia refere-se às crenças na capacidade de organizar e implementar planos de acção necessários para alcançar determinado resultado e à sensação de controlo sobre os comportamentos e ambiente. Apesar de este constructo ter algum grau de generalização quando consideradas tarefas ou comportamentos relacionados, como no caso do comportamento alimentar, apenas a Escala de Auto-Eficácia Alimentar Global avalia aspetos gerais da auto-eficácia alimentar. Este instrumento mostrou boas propriedades psicométricas em estudantes portugueses do ensino superior.

Objetivos: Estudar as propriedades psicométricas da Escala de Auto-Eficácia Alimentar Global em mulheres em tratamento de excesso de peso e estudar a relação da auto-eficácia alimentar com a idade, escolaridade e Índice de Massa Corporal.

Metodologia: Foi avaliada uma amostra de 63 mulheres acompanhadas em consultas de nutrição para tratamento de excesso de peso: idade média de 40 anos (DP = 11), escolaridade média de 9 anos (DP = 4) e Índice de Massa Corporal médio de 36,4 Kg/m2 (DP = 7,0).

Resultados: Tal como no estudo original em estudantes do ensino superior, a escala apresentou boa fiabilidade (α = 0,864) e uma estrutura unifatorial, com o fator extraído a explicar 67,4% da variância total. As associações com outros instrumentos revelaram boa validade convergente e discriminante. A pontuação na Escala de Auto-Eficácia Alimentar Global não teve correlação significativa com a idade (r = -0,004, p = 0,973), a escolaridade (r = -0,223, p = 0,090) ou o Índice de Massa Corporal (r = -0,164, p = 0,215).

Conclusões: Os resultados deste estudo indicam que a Escala de Auto-Eficácia Alimentar Global apresenta boas propriedades psicométricas em mulheres em tratamento de excesso de peso e que este instrumento parece ser adequado para uso em contextos clínicos.