Introdução: O consumo alimentar fora de casa é um importante determinante da saúde da população no geral e dos estudantes em particular, que recorrem com frequência à restauração pública existente nas imediações dos estabelecimentos de ensino.

Objetivos: Caraterizar a oferta alimentar incluída nos menus para estudantes em estabelecimentos de restauração pública portugueses.

Metodologia: Trata-se de um estudo observacional transversal realizado em estabelecimentos de restauração pública portugueses. Recolheram-se informações sobre a composição de alimentos e bebidas que compõem os menus para estudantes.

Resultados: Analisaram-se 138 menus com uma média de 3,4 opções por menu (desvio-padrão = 3). Apenas 10% dos menus incluem sopa e nenhum inclui fruta. A opção vegetariana é escassa (11%) e apenas 20% dos menus oferecem pescado, contrastando com 35% de opções de carne branca e 73% de carne vermelha. Em 68% das opções são servidas batatas fritas como acompanhamento. Relativamente à bebida, 31% dos menus incluem bebidas açucaradas e 42% incluem água. Os alergénios são apresentados somente em 3,6% dos menus.

Conclusões: Os menus para estudantes analisados refletem que a oferta alimentar é desadequada e pouco variada, destacando–se a falta de hortofrutícolas e opções vegetarianas e o excesso de carne vermelha e bebidas açucaradas. É relevante adotar estratégias nacionais que promovam hábitos alimentares mais saudáveis na população jovem, considerando a oferta existente na proximidade dos estabelecimentos de ensino.

Introdução: A presença de um número considerável de timorenses a residir em Portugal, justifica a necessidade de investigar acerca dos seus hábitos alimentares, uma vez que até à data, existe uma lacuna de informação relativamente a este tema.

Objetivos: Avaliar e conhecer os hábitos alimentares, o estado nutricional e os estilos de vida de uma amostra de timorenses a residir em Portugal.

Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo observacional, de desenho transversal que abrange uma amostra da população timorense residente em Portugal, de idade igual ou superior a 18 anos. Integraram a amostra 88 indivíduos. Foi elaborado um questionário estruturado de aplicação direta, com questões relativas às características sociodemográficas, estilos de vida e estado de saúde, caraterísticas antropométricas, hábitos alimentares e suas alterações após a emigração. A recolha de dados aconteceu entre fevereiro e março de 2020.

Resultados: Foram analisadas 82 respostas dos participantes com idade média de 29,7±12,5 anos. A maioria apresentava um Índice de Massa Corporal normal (64,1%) e 21,9% eram pré-obesos ou obesos. 26,5% dos inquiridos realizaram as refeições, de forma completa e saudável. 62,2% da amostra relatou melhorias no seu estado de saúde após a vinda para Portugal e 69,5% considerou que a alimentação teve influência nessa mudança. Relativamente às alterações dos hábitos alimentares, 70,7% dos inquiridos mencionaram terem alterado o número de refeições, as quantidades de alimentos consumidos (78%) e 58,5% o local habitual onde realizavam as suas refeições.

Conclusões: Dos timorenses que vieram para Portugal, só ¼ da amostra realizaram refeições completas e saudáveis, mas só cerca de metade ingeria frutas e hortícolas. Com a vinda para Portugal, reportaram consumir um maior número de refeições, maiores quantidades de alimentos e faziam as suas refeições mais vezes fora de casa. Reduziram a prática de atividade física e ¼ da amostra fumava e bebia álcool semanalmente. Mais de metade da amostra era normoponderal, apresentando pré-obesidade e obesidade ¼ dos inquiridos.

A FRAIL Scale e a SARC-F são ferramentas válidas desenhadas respetivamente para o rastreio da fragilidade física e da sarcopenia. O presente trabalho teve como objetivo produzir versões validadas e adaptadas linguística e culturalmente para a língua portuguesa, mantendo equivalência conceitual às ferramentas originais. Para tal, foram seguidas as normas do Patient Reported Outcome (PRO) Consortium e aplicadas as doze etapas preconizadas para a obtenção do resultado final. As ferramentas foram aplicadas a uma amostra de conveniência da população alvo constituída por nove indivíduos, tendo se verificado que tanto a FRAIL Scale como o SARC-F mostraram ser de fácil compreensão e aplicação, ter boa aceitabilidade e validade aparente. As ferramentas produzidas neste trabalho poderão ser aplicadas tanto em contexto clínico como comunitário, no rastreio da fragilidade e da sarcopenia.

A FRAIL Scale e a SARC-F são ferramentas válidas desenhadas respetivamente para o rastreio da fragilidade física e da sarcopenia. O presente trabalho teve como objetivo produzir versões validadas e adaptadas linguística e culturalmente para a língua portuguesa, mantendo equivalência conceitual às ferramentas originais. Para tal, foram seguidas as normas do Patient Reported Outcome (PRO) Consortium e aplicadas as doze etapas preconizadas para a obtenção do resultado final. As ferramentas foram aplicadas a uma amostra de conveniência da população alvo constituída por nove indivíduos, tendo se verificado que tanto a FRAIL Scale como o SARC-F mostraram ser de fácil compreensão e aplicação, ter boa aceitabilidade e validade aparente. As ferramentas produzidas neste trabalho poderão ser aplicadas tanto em contexto clínico como comunitário, no rastreio da fragilidade e da sarcopenia.

Atualmente é reconhecida a contribuição da etapa de consumo no valor estimado de desperdício alimentar em Portugal. Para compreensão e exploração deste fenómeno, em ambiente familiar, é reconhecido o benefício de uma abordagem sociológica e comportamental. O estudo objetivou a caracterização do perfl dos consumidores de uma cadeia de hipermercados portuguesa, face ao desperdício e reaproveitamento de hortofrutícolas em ambiente doméstico. Procedeu-se à aplicação indireta de um questionário, apelando ao conhecimento dos dados sociodemográfcos, hábitos de consumo, frequência de desperdício de hortofrutícolas e respetivo reaproveitamento. Foi calculado um índice de frequência de desperdício e um índice de reaproveitamento, com base nas questões inerentes ao seu conhecimento. Procedeu-se a uma regressão logística binária para avaliação do efeito das variáveis relativas aos dados sociodemográfcos e hábitos de consumo nos dois índices. Em diferentes lojas da mesma cadeia de hipermercados, foram recrutados 184 consumidores. Na análise multivariada, apenas as variáveis idade e zona geográfca detinham infuência signifcativa em ambos os índices. Foi possível verifcar que os consumidores oriundos das zonas centro e sul do país apresentam menor frequência de desperdício, e simultaneamente maior reaproveitamento. Detetou-se ainda que indivíduos com maior idade apresentaram uma menor frequência de desperdício, mas também menor reaproveitamento.

A alimentação constitui um direito humano fundamental consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem e é um requisito básico para a promoção e proteção da saúde e à consequente salvaguarda da dignidade humana. O Direito Humano à Alimentação Adequada baseia-se no direito de todos os indivíduos benefciarem de estratégias e leis que assegurem a realização e garantia do acesso a uma alimentação adequada e compreende três dimensões: disponibilidade, adequação e acessibilidade. Esta revisão pretende realçar a importância de respeitar, proteger e concretizar a alimentação humana como um Direito Humano e destacar a importância do Nutricionista no planeamento e execução de ações que visam garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada em qualquer parte do mundo e possíveis oportunidades de intervenção deste profssional de saúde nesse âmbito. Entre as várias áreas de atuação deste profssional, a nutrição comunitária e a saúde pública são aquelas que melhor permitem assegurar a equidade na implementação do Direito Humano à Alimentação Adequada nos diferentes níveis da sociedade.