Homem de 81 anos, com pneumonia por COVID-19 confirmada, foi hospitalizado por falência respiratória hipoxémica e hipernatrémia hipovolémica grave. Durante a abordagem pré-hospitalar, foi medicado para taquicardia supraventricular com adenosina, com sucesso. No Serviço de Urgência apresentou-se com alteração do estado de consciência alternando prostração com agitação, se estimulado. Estudos subsequentes confirmaram infeção por SARS-CoV2 e pneumonia COVID-19 (radiografia de tórax) com insuficiência respiratória hipoxémica. Estudos analíticos indicavam falência renal com hipernatrémia hipovolémica. Em enfermaria dedicada a COVID-19, foram iniciadas medidas de conforto, mas o doente manteve-se estável. Assim, foi colocada Sonda nasogástrica para correção da desidratação. Ao mesmo tempo, o doente foi identificado como tendo elevado risco nutricional, garantindo avaliação por equipa de nutricionistas, seguindo-se implementação de plano nutricional ajustado. A integração atempada de uma intervenção nutricional proativa e especializada com os cuidados clínicos fizeram a condição do doente melhorar progressivamente.
Apesar de todas as restrições e desafios clínicos no cuidado a doentes idosos com COVID-19, a identificação do risco e monitorização nutricional, em articulação multidisciplinar, permanece essencial e, conforme é descrita neste caso, permitiu a implementação atempada de hidratação e medidas nutricionais que contribuíram para a resposta clínica favorável. O doente apresentou uma melhoria até ao estado habitual e teve alta para o lar de onde tinha vindo, onde ainda hoje reside, em boa saúde sem perda de função. Este caso demonstra a importância e necessidade de implementação e integração de cuidados nutricionais nas hospitalizações por COVID-19.