Durante o envelhecimento, o cérebro sofre modificações, entre as quais a morte neuronal, que se reflete numa redução da função cognitiva e pode progredir para o aparecimento de doenças neurodegenerativas, que têm por base o stress oxidativo, isto é, um desequilíbrio entre a produção e a eliminação de espécies reativas de oxigénio, responsáveis por danos graves e irreversíveis nos constituintes celulares. Uma vez que a idade e a genética são fatores que não podem ser controlados, torna-se importante moldar os que serão modificáveis, como a alimentação. Os frutos gordos são alimentos com compostos potencialmente neuroprotetores, entre os quais os ácidos gordos polinsaturados, selénio, vitamina E e compostos fenólicos. Estudos efetuados em humanos demonstraram uma melhoria da função cognitiva após o seu consumo, e, em alguns deles, a manutenção da mesma após follow-up, evidenciando a importância de uma prevenção iniciada precocemente. Apesar de ainda não se conhecer o seu exato modo de atuação, sabe-se que os compostos neuroprotetores desempenham importantes funções a nível cerebral e que são capazes de contrariar o stress oxidativo. Contudo, independentemente do mecanismo através do qual possam melhorar a função cognitiva, a composição nutricional pode variar muito entre os diferentes frutos gordos, pelo que, a estes alimentos, não pode ser dado todo o mérito dos resultados observados. Torna-se, assim, necessário considerar as interações sinérgicas entre os próprios compostos dos frutos gordos e os dos restantes alimentos que constituem o padrão alimentar.