A gravidez é um período muito sensível à exposição ambiental de metais pesados, nomeadamente ao metilmercúrio, uma vez que este é capaz de atravessar a barreira placentária e hematoencefálica, prejudicando o crescimento e desenvolvimento fetal. Com esta revisão pretende-se compreender o metabolismo do mercúrio e o seu impacto na saúde das gestantes e no desenvolvimento fetal e identificar os alimentos com maior contaminação, encontrando escolhas alimentares mais saudáveis. Através de uma revisão sistemática da literatura parece existir uma relação entre o consumo de pescado e os níveis de metilmercúrio no organismo, que se associam a défices cognitivos em crianças cujas mães estiveram excessivamente expostas a este elemento. Porém, o peixe é também uma fonte importante de diversos nutrientes essenciais, proteínas, vitaminas, minerais e ácidos gordos com efeito protetor na exposição ao mercúrio. Torna-se necessário dotar as gestantes de conhecimento sobre o impacto do mercúrio no crescimento e desenvolvimento fetal, bem como as suas principais fontes. É importante consciencializar para o consumo de peixes pequenos e de baixo nível trófico, atendendo aos seus benefícios para a saúde materna e fetal e respetivos riscos de contaminação.