Introdução: A presença de um número considerável de timorenses a residir em Portugal, justifica a necessidade de investigar acerca dos seus hábitos alimentares, uma vez que até à data, existe uma lacuna de informação relativamente a este tema.

Objetivos: Avaliar e conhecer os hábitos alimentares, o estado nutricional e os estilos de vida de uma amostra de timorenses a residir em Portugal.

Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo observacional, de desenho transversal que abrange uma amostra da população timorense residente em Portugal, de idade igual ou superior a 18 anos. Integraram a amostra 88 indivíduos. Foi elaborado um questionário estruturado de aplicação direta, com questões relativas às características sociodemográficas, estilos de vida e estado de saúde, caraterísticas antropométricas, hábitos alimentares e suas alterações após a emigração. A recolha de dados aconteceu entre fevereiro e março de 2020.

Resultados: Foram analisadas 82 respostas dos participantes com idade média de 29,7±12,5 anos. A maioria apresentava um Índice de Massa Corporal normal (64,1%) e 21,9% eram pré-obesos ou obesos. 26,5% dos inquiridos realizaram as refeições, de forma completa e saudável. 62,2% da amostra relatou melhorias no seu estado de saúde após a vinda para Portugal e 69,5% considerou que a alimentação teve influência nessa mudança. Relativamente às alterações dos hábitos alimentares, 70,7% dos inquiridos mencionaram terem alterado o número de refeições, as quantidades de alimentos consumidos (78%) e 58,5% o local habitual onde realizavam as suas refeições.

Conclusões: Dos timorenses que vieram para Portugal, só ¼ da amostra realizaram refeições completas e saudáveis, mas só cerca de metade ingeria frutas e hortícolas. Com a vinda para Portugal, reportaram consumir um maior número de refeições, maiores quantidades de alimentos e faziam as suas refeições mais vezes fora de casa. Reduziram a prática de atividade física e ¼ da amostra fumava e bebia álcool semanalmente. Mais de metade da amostra era normoponderal, apresentando pré-obesidade e obesidade ¼ dos inquiridos.

Introdução: A sarcopenia é um distúrbio muscular esquelético generalizado e progressivo caracterizada pela redução gradual da massa muscular, da força e função musculares e está associada a um maior risco de admissões hospitalares, internamentos prolongados e maior risco de morbilidade e mortalidade. A identificação precoce da sarcopenia é crucial para que se possa estabelecer um plano de intervenção de modo a atingir um prognóstico favorável.

Objetivos: Analisar a prevalência de sarcopenia em idosos admitidos em instituições hospitalares.

Metodologia: Foi realizada uma análise da literatura publicada partir da base de dados eletrónica PubMed nos últimos 5 anos utilizando os descritores “sarcopenia” AND “hospitalized” AND “prevalence”. A pesquisa foi realizada entre julho e agosto de 2020.

Resultados: A prevalência de sarcopenia difere amplamente na literatura analisada, variando entre 7,2% e 73%. Esta variação ocorre consoante o algoritmo utilizado para diagnóstico da sarcopenia, a população analisada e os métodos aplicados para determinar a massa, força e função muscular. A maioria dos estudos relataram que a sarcopenia teve um aumento progressivo com a idade e esteve associada com várias adversidades. A coexistência de malnutrição nos idosos sarcopénicos foi elevada e há uma associação entre sarcopenia e um maior risco de morte.

Conclusões: A análise da prevalência de sarcopenia evidenciou que a malnutrição e a sarcopenia muitas vezes coexistem e podem ser associadas a desfechos clínicos negativos. A evidência científica sugere a importância de incluir na avaliação do estado nutricional, como procedimento de rotina na admissão hospitalar, a avaliação não só da presença de malnutrição, mas também da sarcopenia.

Introdução: A malnutrição constitui um dos principais determinantes de doença e diminuição da qualidade de vida. Um mau estado nutricional prejudica a saúde física e psicológica, predispondo ao desenvolvimento de doenças, condicionando negativamente o seu prognóstico.

Objetivos: Conhecer o estado nutricional e nivel de independência dos idosos inscritos no centro de saúde de Santa Maria de Bragança, identificando a relação existente entre as duas variáveis.

Metodologia: A partir de uma população de 5373 idosos inscritos no centro de saúde de Santa Maria em Bragança estudou-se uma amostra proporcional estratificada em função do sexo e faixa etária de 385 idosos. Desenvolveu-se um estudo quantitativo, observacional, analítico, transversal. Para a colheita de dados utilizou-se um formulário que incluía o Mini Nutritional Assessment e o Índice de Barthel.

Resultados: Como principais resultados verifica-se que 86,8% dos utentes é funcionalmente independente e 13,3% apresentam algum tipo de dependência. Através da aplicação do Mini Nutritional Assessment identificam-se 0,8% dos idosos em estado desnutrido e 24,16% em risco de desnutrição. Constata-se ainda, que os idosos independentes apresentam maior probabilidade de estarem em estado nutricional normal face aos idosos com dependência ligeira a moderada (p <0,001).

Conclusões: Com os resultados deste estudo constata-se que o estado nutricional segundo o Mini Nutritional Assessment está significativamente associado ao nível de independência desta população de idosos. Tendo em conta o número elevado de idosos em Portugal, salienta-se a importância de rastrear o estado nutricional e as suas condicionantes, como parte integrante da avaliação multidimensional e consequente intervenção nesta camada da população tendo em mente a melhoria da sua qualidade de vida.