O consumo excessivo de açúcares adicionados na população tornou-se um problema emergente de Saúde Pública. No entanto, dados de consumo alimentar de açúcares adicionados e livres na população e as suas principais fontes ainda são insuficientes, particularmente devido a inconsistências na sua definição e à ausência de uma metodologia sistemática para estimar o seu conteúdo nos alimentos. A presente revisão pretende examinar estudos a nível populacional que reportem o consumo de açúcares adicionados e livres, assim como as principais fontes alimentares, analisando definições e métodos para a sua estimativa. Estudos recentes sugerem uma associação entre o consumo de açúcares livres e diversos problemas de saúde, o que motivou diversas organizações de saúde a recomendar uma ingestão diária de açúcares adicionados e livres inferior a 10% do valor energético total. Dados de consumo alimentar provenientes de inquéritos nacionais alimentares, incluindo Portugal, reportaram que as crianças e os adolescentes apresentaram um elevado consumo de açúcares adicionados e livres, e, por conseguinte, uma menor adesão às recomendações (consumo de açúcares livres < 10% do valor energético). As principais fontes alimentares que contribuíram para o consumo de açúcares livres e adicionados foram principalmente alimentos processados, como doces, bolos e refrigerantes. Assim, reforçamos a necessidade de definições consistentes entre estudos e metodologias de cálculo do teor de açúcares adicionados reprodutíveis, de forma a que a comparação entre populações possa ser estabelecida. Adicionalmente, a realização regular de inquéritos alimentares nacionais é imprescindível para suportar o desenvolvimento e a avaliação da eficácia de políticas alimentares.