As doenças inflamatórias intestinais incluem a doença de Crohn, que se manifesta maioritariamente ao nível do íleo e do cólon, mas também pode provocar alterações em qualquer região do trato gastrointestinal. Pessoas com este tipo de patologias possuem maior risco de carências nutricionais devido a várias razões relacionadas com a doença e com o próprio tratamento. Assim, o objetivo primário da alimentação é restaurar e manter o estado nutricional do indivíduo. Para tal utilizam-se alimentos, suplementos alimentares, e a nutrição entérica e parentérica. A dieta oral e os outros meios de suporte nutricional podem ser alterados durante as fases características da Doença de Crohn.
O presente trabalho tem como objetivo rever as evidências mais recentes acerca do suporte nutricional na doença de Crohn e elaborar uma pequena reflexão sobre estas. Através desta reflexão, concluiu-se que a educação alimentar é fundamental para alertar os doentes em relação à variedade de alimentos que dispõem e que podem consumir, caso os tolerem, de forma a evitar as dietas extremamente restritas indicadas no passado, que contribuíam para maior frustração dos doentes e consequentemente menor qualidade de vida. A nutrição entérica é o tratamento de primeira linha para a indução da remissão da doença em fase ativa em crianças, sendo que também apresenta benefícios na remissão da doença em adultos. Por sua vez, a nutrição parentérica apenas é recomendada quando a nutrição entérica é contraindicada.