Introdução: Sendo a dieta isenta de glúten o único tratamento atualmente existente para a doença celíaca, as escolas, local onde as crianças permanecem grande parte do seu dia, devem assegurar uma alimentação compatível com estas necessidades.

Objetivos: Avaliar i) a perceção dos pais de crianças com doença celíaca relativamente à capacidade das escolas fornecerem refeições isentas de glúten, ii) o conhecimento dos profissionais das escolas sobre doença celíaca e sobre cuidados a ter numa dieta isenta de glúten, iii) e o impacto da realização de formação nesse conhecimento.

Metodologia: Estudo transversal, cuja amostra foi constituída por encarregados de educação de crianças celíacas, com idades compreendidas entre os 2 e os 9 anos, sócios da Associação Portuguesa de Celíacos e residentes no Grande Porto e pelos profissionais das escolas que essas crianças frequentavam. Aplicou-se um questionário aos primeiros para perceção da confiança na segurança das refeições nas escolas e um questionário sobre doença celíaca e dieta isenta de glúten a profissionais de escolas que receberam ou não formação sobre o assunto. Para testar hipóteses sobre a independência de variáveis qualitativas foram aplicados o teste de Qui-quadrado de independência ou o teste exato de Fisher. Em todos os testes de hipóteses foi considerado um nível de significância de α=5%.

Resultados: Verificou-se que apenas metade dos pais confiava que as escolas eram capazes de cumprir uma dieta isenta de glúten para os seus filhos (56,3%). Mais de metade dos profissionais das escolas nunca tinha recebido formação sobre doença celíaca, tendo-se observado diferenças estatisticamente significativas entre os profissionais que receberam ou não formação em termos de conhecimentos sobre doença celíaca.

Conclusões: Uma proporção considerável de pais de crianças celíacas não confia na segurança das refeições servidas nas escolas dos seus filhos. Revelou-se ser necessário assegurar mais formação ao serviço de alimentação e restauração das escolas. Concluiu-se ainda que é necessário trabalhar na formação para melhoria efetiva dos conhecimentos.

Introdução: A doença celíaca pode ser uma grande sobrecarga na vida dos celíacos. Assim, é importante examinar as dificuldades que os celíacos enfrentam no seu dia a dia.

Objetivos: Avaliar as dificuldades percecionadas na adesão autorreportada à dieta isenta de glúten e na realização de refeições fora de casa numa amostra de conveniência de celíacos adultos portugueses.

Metodologia: Foi realizado um estudo observacional transversal onde se inquiriram celíacos adultos portugueses, através do preenchimento de um questionário online. Este continha três secções: características sociodemográficas e relacionadas com a doença, cumprimento autorreportado da dieta isenta de glúten e aspetos da realização de refeições fora de casa.

Resultados: A amostra final incluiu 339 participantes, em que 76,4% eram membros da Associação Portuguesa de Celíacos, 84,1% eram do sexo feminino e a idade de diagnóstico de doença celíaca variou entre os 1 e 70 anos. As dificuldades identificadas pelos participantes no cumprimento autorreportado da dieta isenta de glúten foram “Risco de contaminação cruzada por glúten” (84,1%), “Disponibilidade de produtos sem glúten em espaços públicos (cafés, hospitais, restaurantes, …) (83,8%), a “Ausência de símbolo identificador do produto como isento de glúten no rótulo alimentar” (52,2%) e “Ausência de oferta de produtos alimentares sem glúten e a preço acessível” (45,7%). Na realização de refeições fora de casa, a maior dificuldade encontrada foi a “Falta de informação e despreocupação por parte do staff dos estabelecimentos” (44,0%).

Conclusões: Os celíacos enfrentam muitos desafios em termos de escolhas alimentares diárias. O papel dos grupos de apoio destes pacientes e a educação fornecida por uma equipa de seguimento com competências profissionais na doença celíaca são cruciais para a sua gestão e resultados a longo prazo.

Introdução: A doença celíaca é cada vez mais prevalente em todo o mundo. No entanto, até ao momento, o único tratamento é a prática de uma dieta isenta de glúten. O acompanhamento dos doentes celíacos ao longo da vida é fundamental uma vez que podem surgir diversas complicações de saúde. Uma das consequências estudadas é a deficiência em vitamina D.

Objetivos: Analisar a existência de deficiência em vitamina D em crianças diagnosticadas com doença celíaca.

Metodologia: Analisar a literatura publicada na base de dados eletrónica Pubmed nos últimos 10 anos utilizando os termos de pesquisa “vitamin D deficiency” e “celiac disease”. A pesquisa foi realizada entre dezembro 2018 e fevereiro 2019.

Conclusões: Até ao momento os estudos ainda não apresentam resultados conclusivos relativamente à existência de deficiência em vitamina D em crianças com doença celíaca bem como à necessidade de dosear periodicamente esta vitamina ao longo da infância.