Introdução: Avaliar o estilo de vida das crianças é fundamental para o desenvolvimento de políticas que previnam o surgimento das doenças não transmissíveis.

Objetivos: Desenvolver um índice reduzido de estilo de vida para crianças em idade escolar (6 aos 9 anos de idade) e caraterizar o seu estilo de vida.

Metodologia: O índice foi desenvolvido com base nos dados da avaliação aos 7 anos da coorte de nascimento Geração XXI (n=4336 crianças), agrupados em quatro domínios: frequência do consumo alimentar, comportamentos alimentares, atividade física (incluindo comportamentos sedentários) e duração do sono. O coeficiente alfa de Cronbach foi obtido para avaliar a consistência interna do índice. As associações entre as caraterísticas sociodemográficas, o ambiente físico da casa e a pontuação do índice foram avaliadas através de modelos de regressão linear, com a obtenção dos coeficientes β e respetivos intervalos de confiança de 95% (IC95%).

Resultados: O índice final incluiu apenas dois domínios (consumo alimentar e atividade física) com um alfa de Cronbach de 0,52 e pontuação média de 3,6±2,8 (intervalo: -5 a 10). A idade materna (β=1,066; IC95%=1,045-1,087), a escolaridade materna (β=1,216; IC95%=1,186-1,246), ter uma casa com jardim (β=1,630; IC95%=1,304-2.037), acesso à internet (β=1,524; IC95%=1,086-2,139) e ter bicicleta (β=1,710; IC95%=1,086-2,694) associaram-se positivamente a um estilo de vida mais saudável das crianças.

Conclusões: O índice desenvolvido é um instrumento curto que pode ser usado para avaliar o estilo de vida geral em crianças em idade escolar. Melhores caraterísticas sociodemográficas maternas e um melhor ambiente físico da casa aumentam a probabilidade de as crianças terem um estilo de vida mais saudável.

Sabe-se que pessoas idosas hospitalizadas requererem maiores cuidados durante o período de hospitalização, visto que o próprio processo de envelhecimento provoca alterações em diversos sistemas fisiológicos, com consequente redução na ingestão alimentar e massa magra. A hospitalização pode representar um fator de risco para o declínio funcional de pessoas idosas, levando essa população a apresentar maiores riscos para o desenvolvimento de quadros de desnutrição. O objetivo da presente pesquisa foi analisar a relação entre a aceitação alimentar e o desenvolvimento de complicações intra-hospitalares em pessoas idosas hospitalizadas e seus impactos durante o curso do internamento. Trata-se de uma revisão de literatura, com análise de artigos indexados em bases de dados como Scielo e Pubmed, nos idiomas português e inglês. A desnutrição hospitalar pode ser desencadeada por diversos fatores, como baixa ingestão alimentar e doenças associadas, podendo resultar em um maior tempo de hospitalização, afetando diretamente o funcionamento do organismo e deixando-o mais suscetível à instalação de novas infeções e ao desenvolvimento de processos inflamatórios. Destacam-se diversas causas que podem interferir na ingestão alimentar, desde o sabor das refeições até a presença de patologias de base, exigindo a implementação de estratégias a fim de melhorar tal aceitação. Nota-se que esta condição ainda se apresenta como grande fator de risco durante o período de internamento, pois associa-se a um pior prognóstico em pessoas idosas. Portanto, os cuidados nutricionais devem assumir uma importante posição no processo de melhoria da qualidade de vida e do quadro de saúde de tais pacientes.

A infertilidade tem aumentado nos últimos anos, afetando cerca de 10% da população portuguesa. O impacto dos tratamentos de procriação medicamente assistida tem potenciado a procura por fatores modificáveis da função reprodutiva. A presente revisão temática tem como objetivo analisar as associações entre alimentação, nutrição e fertilidade feminina.

Tanto a Dieta Mediterrânica como a Dieta de Fertilidade melhoram os parâmetros reprodutivos nas mulheres e a ingestão adequada de antioxidantes parece proteger a função reprodutiva. Pelo contrário, o consumo de ácidos gordos trans, proteínas de origem animal, hidratos de carbono, carnes brancas, laticínios magros, fast-food, bebidas alcoólicas, açucaradas e com cafeína diminuem a fertilidade.

Embora a idade da mulher seja um determinante da função reprodutiva e as associações sejam apenas parcialmente compreendidas, a alteração da alimentação continua a ser uma das intervenções mais promissoras na preservação da fertilidade.