INTRODUÇÃO: O papel dos nutricionistas nos cuidados paliativos tem sido alvo de pouca investigação. Assim, de forma que os
nutricionistas possam desenvolver o seu trabalho com rigor técnico-científico, baseado num ponto de vista ético, é necessário que
estes tenham as suas competências profissionais muito bem definidas.
OBJETIVOS: Identificar um conjunto de competências profissionais dos nutricionistas nos cuidados paliativos.
METODOLOGIA: Revisão sistemática da literatura na Pubmed, CINAHL, Academic Search Complete e Web of Science.
RESULTADOS: Foi encontrado e analisado um conjunto de 32 publicações. Destas, foram identificadas e agrupadas as competências
nos seguintes domínios: 13 competências centrais, 30 competências clínicas e 18 competências éticas.
CONCLUSÕES: Os nutricionistas são os profissionais de saúde que agregam conhecimento e expandem as competências técnicas
inerentes a todo o processo de suporte e cuidado alimentar nos cuidados paliativos.

Introdução: O aumento da esperança média de vida e o envelhecimento da população têm conduzido a um incremento na prevalência de doenças crónicas progressivas como as demências. As alterações metabólicas e fisiológicas que decorrem podem causar comprometimento do estado nutricional destes doentes.

Objetivos: Identificar as preferências relativamente a alimentos e bebidas e conhecer os fatores que condicionam a ingestão alimentar em doentes com demência ou comprometimento cognitivo.

Metodologia: Realizou-se estudo observacional descritivo do tipo transversal que incluiu doentes, com diagnóstico de demência ou comprometimento cognitivo e/ou os seus cuidadores informais, internados na Unidade de Cuidados Continuados e Unidade de Convalescença, Reabilitação e Manutenção do Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa. A recolha dos dados foi realizada através de um questionário construído especificamente para o efeito.

Resultados: A maioria dos doentes mencionou preferir sabores doces, alimentos cozidos, quentes de consistência normal e como bebida a água. Nos condicionantes da ingestão alimentar salientam-se como fatores mais selecionados a companhia durante as refeições, forma de apresentação e quantidade/volume das refeições.

Conclusões: A intervenção nutricional em contexto hospitalar, para além das necessidades nutricionais do doente, deve ter em consideração as suas preferências, de modo a contribuir para o seu bem-estar geral.

Introdução: A perda de peso e a desnutrição são complicações frequentes no doente oncológico com necessidades paliativas, dada a severidade e o impacto da doença e os tratamentos associados. A literatura demonstra que a implementação de um plano de cuidados onde existe a integração de rotinas de identificação e avaliação do risco nutricional, em fases precoces da progressão da doença oncológica, parece melhorar a qualidade de vida e sobrevida dos doentes com este diagnóstico. Desta forma, é importante conhecer a realidade atual em cuidados paliativos oncológicos, para que se possam adotar protocolos de rastreio e avaliação nutricional mais assertivos e proativos.

Objetivos: Rever a evidência científica publicada acerca do estado nutricional dos doentes oncológicos em cuidados paliativos, aos quais foram aplicadas ferramentas de rastreio nutricional, de forma a avaliar a necessidade de implementar protocolos de rastreio nutricional e, caso necessário, avaliação nutricional.

Metodologia: Pesquisou-se em 3 bases de dados (MEDLINE, Web of Knowledge, Scopus) através das palavras-chave “nutrition screening tools AND “cancer” AND “palliative care”. A pesquisa decorreu no dia 31 de maio de 2021 e foram encontrados 37 artigos. 5 artigos preencheram os critérios pré-selecionados para a população e para a intervenção.

Resultados: De acordo com os artigos contemplados, as ferramentas utilizadas para detetar risco nutricional são várias e, apesar de algumas avaliarem diferentes parâmetros, todas elas são fidedignas para chegar a um resultado que vai influenciar a qualidade de vida do doente, ao possibilitar uma atuação precoce, bem como uma intervenção alimentar e nutricional em todas as fases da doença. A literatura defende o uso da PG-SGA para a população oncológica paliativa, referindo-a como uma ferramenta com boa sensibilidade e especificidade, prática que engloba diferentes tipos de dados.

Conclusões: Apesar de serem conhecidos e comprovados os benefícios da realização do rastreio nutricional nos doentes oncológicos, quando se especifica para a população paliativa, ainda não existem dados na literatura que evidenciem e suportem esta prática clínica. Desta forma, salienta-se a importância de reforçar os estudos para fundamentar a necessidade da utilização de ferramentas de avaliação do risco nutricional em doentes oncológicos paliativos.

 

As últimas décadas originaram inúmeros avanços na tecnologia médica e farmacológica. Uma das áreas que reflete esse progresso tem sido a administração de alimentação, nutrição e hidratação. Representam áreas controversas do cuidar em fim de vida, especialmente se administradas pela via artificial. O objetivo desta revisão foi discutir e compreender o conhecimento atual e global relativamente às questões éticas relacionadas com a alimentação, nutrição e hidratação no fim de vida. As situações problemáticas analisadas incluíram: diretivas antecipadas de vontade, o conceito de cuidado humano básico ou tratamento, o significado da alimentação e hidratação, a suspensão e abstenção de nutrição e hidratação, riscos e benefícios do suporte nutricional e o conceito da cessação voluntária de nutrição e hidratação.

As últimas décadas têm sido palco de inúmeros avanços na tecnologia médica e, consequentemente, na Ética. Uma das áreas que reflete estes progressos é a área da alimentação, nutrição e hidratação em cuidados paliativos. A presente revisão foca-se no conhecimento global relativamente à Ética na Nutrição em Cuidados Paliativos relativamente aos princípios de autonomia, beneficência, não maleficência e justiça.