Há cerca de 8 mil anos a espécie humana iniciou a exploração de sal, levando à sua troca e comercialização, sendo este usado principalmente como forma de conservar alimentos e consequente ingestão, tendo sido posteriormente utilizado como forma de tempero. O sal pode ser extraído da água do mar, depósitos minerais, lagos salinos, salmouras e de incrustações de superfícies, possuindo grande impacto a nível socioeconómico, cultural, simbólico e religioso. O sal é um dos principais fornecedores de sódio, um ião essencial à vida, que quando em défice ou em excesso aumenta o risco de doenças (e.g. cardiovasculares, renais e ósseas). Na maior parte dos países o consumo de sal é superior ao limite máximo recomendado (5 g diárias). Com o objetivo de reduzir esse consumo tem-se procurado alternativas, como por exemplo ervas aromáticas, especiarias, condimentos com baixo teor de sódio, sal light, sal de potássio e salicórnia.

Introdução: Apesar dos ovos serem ricos em nutrientes são a principal fonte de colesterol na dieta. A associação entre o consumo regular de ovos e o risco de doença cardiovascular é incerta. Assim, esta Revisão Baseada na Evidência tem como objetivo clarificar o efeito do consumo de ovos nas doença cardiovascular em adultos sem eventos cardio e cerebrovasculares prévios.

Metodologia: Pesquisa bibliográfica aplicando os termos MeSH “Eggs” and “Cardiovascular Diseases”. Incluídos estudos publicados nos últimos 5 anos segundo os critérios: (P) Adultos sem história de doença cardiovascular estabelecida; (I) Consumo de ovos; (C) Ausência/menor consumo de ovos; (O) Eventos Cardiovasculares. Para avaliação dos níveis de evidência e atribuição de forças de recomendação recorreu-se à escala SORT da American Family Physician. Após leitura dos resumos e aplicação simultânea dos critérios de inclusão e exclusão selecionaram-se apenas 3 artigos: 1 meta-análise e 2 revisões sistemáticas com meta análise (nível de evidência 2).

Resultados: A meta-análise demonstrou que a ingestão de até 6 ovos/semana está inversamente associada a eventos Cardiovasculares e que o consumo de até 1 ovo/dia foi associado a uma diminuição da incidência de doença cardiovascular. Além disso, nenhuma associação foi relacionada com o risco de acidente vascular cerebral. Uma das revisões sistemáticas /meta-análise demonstrou que um maior consumo de ovos (> 1 ovo/dia) não foi associado ao aumento do risco de doença cardiovascular nem de acidente vascular cerebral, mas sim, à redução do risco de doença coronária. Por sua vez, a outra revisão sistemática /meta-análise também mostrou que o consumo moderado de ovos não está associado a um aumento do risco de doença cardiovascular.

Conclusões: As evidências atuais não são suficientes para considerar o consumo de ovos prejudicial à saúde, nem para generalizar potenciais efeitos prejudiciais em indivíduos sem eventos Cardiovasculares prévios. Portanto, enquanto se aguarda por um melhor design dos estudos, não há necessidade de desencorajar o consumo de ovos ao nível desta população.