O consumo humano de bolota em Portugal era frequente até meados dos anos 60, altura a partir da qual caiu em desuso. Na última década, tem-se constatado um ressurgir do interesse pela bolota para alimentação humana, verificando-se a sua incorporação em diversos produtos alimentares inovadores, embora continue a ser vista por grande parte da população como ração de gado suíno. Sendo um fruto silvestre edível muito abundante em Portugal e detentor de um elevado valor nutricional, acredita-se que a sua valorização para consumo humano pode ser positiva. Assim, foi conduzida uma revisão narrativa da literatura com o intuito de investigar o consumo humano de bolota em Portugal, a respetiva cadeia de processamento e o seu impacto na saúde. Para tal, efetuou-se uma pesquisa, limitada aos últimos dez anos nas bases de dados Medline (PubMed), ScienceDirect, Elsevier, Web of Science, Repositórios de Acesso Aberto e Google Académico.
Verificou-se que, apesar da sua variabilidade e limitação de estudos, o consumo de bolota poderá, pela sua atividade biológica e fitoquímica, traduzir-se em diversos benefícios para a saúde, se enquadrado numa dieta saudável. A cadeia de processamento dos seus diferentes produtos tem igualmente potencial para ser desenvolvida e otimizada. Assim, a valorização da bolota para consumo humano e consequente desenvolvimento da respetiva cadeia de valor, poderão contribuir para alimentar as gerações futuras de forma segura e sustentável.