A utilização excessiva de plásticos, particularmente os de utilização única, e a consequente produção de resíduos, representa uma ameaça à biodiversidade marinha, à economia local e global e potencialmente à saúde humana. A exposição ubíqua e crónica a contaminantes como o bisfenol A e alguns ftalatos, reconhecidos como prováveis alteradores endócrinos e com associação a várias patologias no Homem, fazem com que o princípio da precaução deva ser assumido. Neste contexto, são apresentadas propostas de intervenção relativas à utilização e exposição desnecessária a plásticos e contaminantes, assentes em dois eixos essenciais: intervenção individual, onde o Nutricionista deverá desenvolver uma abordagem holística em relação à alimentação e desempenhar um papel fundamental na mudança de atitudes e comportamentos, e intervenção governamental.

A população mundial está em crescimento e estima-se que atinja cerca de 8,9 biliões de pessoas em 2050, despoletando na União Europeia a importância para um desenvolvimento sustentável face às alterações que os sistemas alimentares enfrentam, nomeadamente, o choque entre duas realidades, que são o excesso de alimentos e insegurança alimentar e fome. Uma das soluções para atenuar esta realidade é a redução do desperdício alimentar, existindo vários projetos que estão a ser realizados em Portugal para combater esta problemática. E, por isso, neste trabalho foram realizadas entrevistas a algumas entidades, com recurso a um questionário constituído por três perguntas de resposta fechada e cinco perguntas de resposta aberta, tendo como objetivo compreender como é que estas entidades combatem o desperdício alimentar, bem como, encaram a importância do nutricionista neste processo. Concluindo-se que este profissional de saúde, perante as entidades inquiridas, pode ter um papel importante ao longo da implementação dos diversos projetos de combate ao desperdício alimentar existentes em Portugal.