O excesso de peso em crianças é um grave problema de saúde pública, com repercussões na saúde e qualidade de vida no imediato e a longo prazo. Foram objetivos deste estudo: caraterizar crianças a frequentar o 1.º ciclo do ensino básico em termos de antropometria e imagem corporal (atual e desejada), avaliar a satisfação com a imagem corporal e relacionar o estado ponderal das crianças com a perceção e satisfação face à imagem corporal.

Para este estudo epidemiológico transversal foi selecionada uma amostra representativa da população estudantil do 1.º ciclo do ensino básico das escolas do Município de Valongo. Foi feita uma avaliação antropométrica (peso e estatura) e da perceção da imagem corporal (atual e desejada).

Das 481 crianças cujos dados foram analisados (52,2% do sexo feminino) frequentavam o 1.º, 2.º, 3.º e 4.º ano, respetivamente, 112, 123, 139 e 107 crianças. A proporção de crianças com excesso de peso (sobrepeso ou obesidade) foi de 41,0% nas raparigas e 35,7% nos rapazes. Cerca de sete em cada dez crianças desejavam uma imagem diferente da atual, uma em cada oito desejava uma imagem correspondente a magreza e crianças com índice de massa corporal mais elevado indicavam imagens desejadas mais baixas.

Os resultados reforçam a necessidade de políticas alimentares e intervenções que promovam simultaneamente uma correta evolução estaturo-ponderal e uma perceção adequada da imagem corporal, considerando as caraterísticas pessoais e contextuais dos indivíduos e grupos a que se destinam.

Vários estudos têm demonstrado uma correlação positiva entre o sucesso competitivo e o perfil antropométrico em remadores.

Este trabalho teve como objetivo avaliar os hábitos alimentares e perfil antropométrico de atletas de remo do escalão de juvenis.

Foram avaliados 163 atletas maioritariamente do sexo masculino e com idades entre os 15 e 16 anos. Os hábitos alimentares foram avaliados através de um questionário de aplicação indireta desenvolvido para o efeito e recolhidas as medidas antropométricas: peso, estatura, altura sentado, envergadura e pregas cutâneas.

A maioria dos atletas era normoponderal e foi observada uma maior percentagem de gordura corporal nas atletas do sexo feminino (p<0,001) e nos atletas mais velhos (p<0,001).

Cerca de 67% dos atletas referiram realizar 5 ou mais refeições por dia e os que, habitualmente, tomam o pequeno-almoço (p=0,001), meio da manhã (p=0,026) e ceia (p=0,005) apresentam uma menor percentagem de gordura corporal do que os restantes. Apenas 23,3% dos atletas ingerem fruta fresca mais do que duas vezes por dia, 27,0% sopa e 33,1% hortícolas duas vezes por dia. Aproximadamente 10% dos jovens não consomem qualquer alimento ou bebida antes do treino e mais de 10% referiram ingerir suplementos alimentares com regularidade. Verificou-se uma associação entre a ingestão de água diária e um melhor resultado desportivo (p=0,029).