Introdução: O setor da Alimentação Coletiva assumiu importância crescente e responsabilidade na ingestão alimentar da população. Além do impacto socioeconómico o setor da Alimentação Coletiva tem um forte impacto ambiental o que levou a que nos últimos anos tenham sido feitas diversas modificações no sentido de produzir refeições de forma mais sustentável. As preocupações têm-se centrado na eficiência dos equipamentos, uso de materiais reutilizáveis, compra de produtos locais, redução da utilização de alimentos processados e com múltiplas embalagens, separação ecológica de resíduos e estratégias de redução do desperdício alimentar.

Objetivos: Este estudo tem como objetivo avaliar o impacto da implementação das medidas de contingência para a pandemia do Covid 19 nas práticas ambientais dos serviços de Alimentação Coletiva no território português.

Metodologia: A amostra foi obtida por conveniência através de contacto com serviços de Alimentação Coletiva a solicitar o preenchimento de um questionário incluindo perguntas de escolha múltipla e respostas abertas.

Resultados: Obteve-se uma amostra de 139 participantes. Os resultados evidenciam uma diminuição do número de refeições servidas, acompanhada por um aumento substantial da quantidade de materiais descartáveis, tais como pratos, toalhas de papel, sacos, embalagens, tais como embalagens individuais para talheres, pão e fruta e material de proteção individual e produtos de higiene (mascaras faciais, viseiras e desinfetante das mãos).

Conclusões: Este estudo evidencia um retrocesso severo no setor de Alimentação Coletiva como resultado da implementação das medidas de contingência para o Covid 19. Os decisores politicos devem avaliar as medidas adotadas que ainda estão em vigor, manter as que se justificam e se mostraram eficazes e positivas e abandonar ou aliviar as desnecessárias. Outras medidas como o reforço dos procedimentos higio sanitários devem ser mantidos para garantir a segurança alimentar e ambiental e a confiança do consumidor nos estabelecimentos de Alimentação Coletiva.

Ao longo das últimas décadas, devido às alterações do estilo de vida da população, a alimentação tem-se tornado cada vez menos sustentável.

O presente estudo teve como objetivo identificar as melhorias relacionadas com a sustentabilidade, com ênfase nos aspetos ambientais, das 11 unidades de alimentação dos Serviços de Alimentação dos Serviços Sociais de uma Universidade Portuguesa.

Para avaliar os aspetos ambientais destas unidades foi criada uma checklist, contendo 72 questões, que permitem avaliar qualitativamente as unidades acerca do seu desempenho ambiental, a nível de: consumos de água, energia elétrica e gás; gestão de produtos químicos e resíduos; utilização de hortofrutícolas e ainda a nível da satisfação do cliente.

A recolha foi realizada através de visitas às cozinhas e restantes espaços das unidades de alimentação, através da observação direta pela pesquisadora e respetivo registo.

Todas as questões foram pontuadas através de uma adaptação do método de Failure Mode and Effect Analysis (FMEA). Foram classificadas numa escala de 1 a 3, sendo o valor “3” atribuído a aspetos adequados, ou seja, é a opção com menor impacto ambiental face a determinada situação e o valor “1” representa a situação que terá maior impacto ambiental, obtendo-se uma avaliação qualitativa dos aspetos ambientais de cada uma das unidades.

As classificações obtidas nas diversas unidades encontram-se no intervalo de 55% a 74%, que corresponde à classificação de Aceitável. Os responsáveis das unidades não conhecem os valores gastos em água, eletricidade e gás não tendo estabelecidas metas de gastos de forma a reduzir o desperdício ou controlar os gastos. Na maioria das unidades é feita a manutenção preventiva dos equipamentos. A maioria das unidades localiza-se em edifícios antigos não possuindo classificação energética. Todos os produtos de higienização eram maioritariamente não-biodegradáveis mas possuem ficha técnica e dados de segurança. A maioria das unidades faz a separação de resíduos e a reciclagem de óleos, paletes e outros. Em nenhuma das unidades é registada a quantidade de sobras. Nenhuma das unidades possui trituradora de resíduos orgânicos ou inorgânicos e todas utilizam produtos/materiais descartáveis, Através da análise dos resultados obtidos na checklist, concluiu-se que todas se encontravam acima do limite de Aceitável. No entanto de uma forma geral são necessários investimentos económicos, bem como investimentos a nível de mudanças de mentalidade e atitudes de trabalhadores e gestores, tendo em vista a melhoria dos aspetos ambientais destas unidades.