A amamentação exclusiva até aos 6 meses de idade é indicada pela Organização Mundial da Saúde. Após esta fase, o leite humano já não supre sozinho as necessidades de macro e micronutrientes da criança, propiciando o início da alimentação complementar. Este é um período de grande preocupação para os pais e cuidadores, em que não sabem o que devem ou não oferecer às crianças. Tanto a quantidade de nutrientes quanto a consistência adequada devem ser considerados. Atualmente, existe uma gama de alimentos infantis industrializados, entre eles se destacam as papas, que se apresentam salgadas e doces e oferecem praticidades aos pais e cuidadores. O objetivo do presente estudo foi de comparar os valores nutricionais e as características organolépticas, com exceção do sabor, de papas industrializadas e naturais. Foram selecionadas aleatoriamente duas marcas que comercializam papas industrializadas no Brasil, sendo que os seus ingredientes e composição nutricional foram analisados e em seguida organizados para comparação com as papas naturais. As papas naturais foram preparadas no laboratório de gastronomia da Universidade de Franca, fotografadas e seus ingredientes e nutrientes foram analisados, com o auxílio da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. Além disso, o custo de ambas as papas foi levantado. Notou-se uma importante variação nutricional, especialmente nos valores energético e de glicídios. A adição de espessantes e aditivos químicos nas papas industrializadas, foi um ponto importante para a comparação. Foi constatado que a presença de sódio em alimentos industrializados, é mais significativa do que em alimentos naturais. Outro aspecto analisado foi a consistência e viscosidade das papas industrializadas, que se mostram inadequadas por não estimular a mastigação na fase de introdução da alimentação complementar. Por fim, o custo das papas industrializadas foi três a quatro vezes mais caro do que as naturais.