Introdução: A adoção de padrões alimentares à base de plantas tem vindo a crescer, sendo observada a sua preferência em idades cada vez mais jovens, muitas vezes desde os primeiros anos de vida. A acrescer à sua associação com potenciais benefícios para a saúde humana, outras evidências alertam para possíveis carências nutricionais e energéticas decorrentes do consumo deste tipo de dieta no crescimento das crianças e adolescentes.

Objetivos: Com esta revisão pretendeu-se analisar os efeitos da adoção de um padrão alimentar à base de plantas no crescimento de crianças e adolescentes.

Metodologia: Recorreu-se a uma revisão sistemática da literatura, onde foram incluídos estudos com carácter quantitativo desde 2017 até ao presente, desde que relacionados com alimentação vegetariana ou vegana e que se reportassem a indivíduos em idade pediátrica.

Resultados: Sete estudos correspondiam aos critérios de inclusão, dos quais seis apresentavam uma metodologia transversal e apenas um estudo utilizou uma coorte longitudinal. Cinco dos sete estudos compararam variáveis antropométricas de crianças sob dietas vegetarianas/veganas com crianças a cumprir dietas omnívoras. Destes, apenas um estudo encontrou diferenças nos indicadores de crescimento entre crianças vegetarianas e omnívoras. A maioria dos estudos que analisou indivíduos sob dietas veganas reportou piores indicadores de crescimento face aos sujeitos sob dietas vegetarianas e omnívoras.

Conclusões: A evidência não permite uma conclusão firme acerca do efeito de dietas vegetarianas no crescimento de crianças e adolescentes. Esta revisão realça a necessidade de se realizarem mais estudos quantitativos rigorosos, nomeadamente estudos longitudinais com um acompanhamento de longa duração para se possa eventualmente estabelecer uma relação de causalidade.

 

 

Nos últimos dez anos o número de pessoas que seguem um padrão alimentar vegetariano quadruplicou. Hoje conhecem-se benefícios do padrão alimentar vegetariano e o seu papel protetor em várias doenças prevalentes na população, entre as quais diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.

Atletas que seguem um padrão alimentar vegetariano podem atender às suas necessidades proteicas através de fontes vegetais, quando uma grande variedade desse tipo de alimentos é incluída diariamente na alimentação e a ingestão de energia é adequada. Os nutrientes a ter em atenção para evitar deficiências nutricionais em atletas vegetarianos incluem as proteínas, ácidos gordos n-3, ferro, cálcio, iodo e vitamina B12. Com o aumento do número de atletas que seguem o padrão alimentar vegetariano, é pertinente questionar acerca do seu efeito na performance desportiva.

Este trabalho reúne a evidência científica existente sobre a abordagem nutricional em atletas vegetarianos, identificando trabalhos publicados desde 1997 até 2019. Com este trabalho pretende-se examinar e debater possíveis impactos do padrão alimentar vegetariano na performance desportiva.

A evidência científica atual demonstra que a adoção deste padrão alimentar não afeta positivamente nem negativamente a performance dos atletas. Desta forma, será necessário realizar mais estudos para examinar os efeitos do padrão alimentar vegetariano em atletas para garantir a otimização da saúde e a performance.