A nutrição afeta a saúde materna e das futuras gerações. São vários os estudos que reportam um inadequado aporte nutricional antes da conceção e durante a gestação.

Pretendeu-se avaliar o aporte nutricional de mulheres da ilha do Faial (Açores) antes e durante a gravidez e analisar a sua adequação. Neste estudo prospetivo foram analisados dados de 34 mulheres.

Para avaliar a ingestão alimentar foi aplicado um questionário de frequência de consumo alimentar semi-quantitativo, em dois momentos: na primeira consulta pré-natal (primeiro trimestre de gestação) e na última consulta pré-natal (final do terceiro trimestre de gestação). Para analisar a adequação do aporte nutricional foram utilizadas, sempre que possível, as recomendações da European Food Safety Authority, 2017.

Os nutrientes com maior inadequação antes da conceção foram: vitamina D (100%), iodo (76,5%), lípidos (73,5%), hidratos de carbono (55,9%) e fibra (44,1%). Na gestação, para além dos quatro nutrientes mencionados anteriormente, os folatos também apresentaram uma elevada prevalência de inadequação (58,8%). Neste período, verificou-se que os folatos e o iodo foram os nutrientes com maior aumento na inadequação (44,1 e 20,6 pontos percentuais, respetivamente).

Os resultados deste estudo reforçam a importância da adesão à suplementação, avaliação da adequação do aporte nutricional e da individualização da terapêutica nutricional.

INTRODUÇÃO: A subnutrição em crianças é considerada um problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento, reconhecendo-se a sua relação com uma ingestão inadequada. A escassez de dados relativos a São Tomé e Príncipe nesta temática torna premente a avaliação da adequação nutricional destas crianças e a realização de estudos semelhantes.

OBJETIVOS: Conhecer as diferenças entre o aporte energético e de macronutrientes e as recomendações nutricionais em crianças subnutridas dos 6 aos 59 meses, no distrito de Cantagalo, em São Tomé e Príncipe. Estudar a relação entre a adequação da ingestão e o tipo e grau de subnutrição, idade, amamentação e difculdade de acesso a comida sufciente reportada pelo cuidador da criança.

METODOLOGIA: Neste estudo descritivo inquiriram-se cuidadores de 118 crianças entre os 6 e os 59 meses. Foram recolhidos dados antropométricos e sociodemográfcos e foi feito um inquérito às 24 horas anteriores para avaliar o aporte energético e de macronutrientes. Determinou-se a adequação nutricional pela comparação com as Dietary Reference Intake (crianças não amamentadas) e com as recomendações defnidas por Dewey e Brown (para as amamentadas).

RESULTADOS: Da amostra de crianças subnutridas, 72,9%, 59,3% e 74,6% apresentou aportes inferiores às recomendações em termos de energia, hidratos de carbono e lípidos, respetivamente. Apenas 14,4% apresentou aporte proteico inferior ao de referência. As crianças mais velhas e as não amamentadas tenderam a apresentar-se mais afastadas das recomendações. As crianças com subnutrição crónica moderada, comparativamente às que tinham subnutrição crónica severa, apresentaram maior prevalência de aporte energético inferior às recomendações, mas não se verifcaram diferenças relativamente aos macronutrientes.

CONCLUSÕES: A maioria das crianças subnutridas avaliadas não atinge as recomendações energéticas e de macronutrientes, à exceção das proteínas. Esta situação é mais grave em crianças mais velhas e crianças não amamentadas.